Esse termo pode soar estranho, já que ruminar é uma característica de certos mamíferos como a vaca, que ingerem os alimentos, regurgitam-nos para a boca e os mastigam novamente. A psicologia usa o termo ruminação para explicar os pensamentos negativos e recorrentes. Todas as pessoas ruminam, mas nem toda ruminação é disfuncional.
Segundo Dr. Caio Magno, psiquiatra e cofundador da Clínica Estar, a ruminação é prejudicial quando está associada a alguns comportamentos e sentimentos. “Se pensar em uma situação causar mau humor, tristeza e desmotivação é um sinal de alerta. Além disso, é um fator de risco importante para desenvolver quadros de depressão, ansiedade e estresse. Além do que pode dificultar a melhora desses problemas”, explica o médico.
“Há pessoas que evitam pensar nos problemas, o que é disfuncional. Já os que ruminam pensam demais e de modo destrutivo, piorando o estado depressivo ou ansioso, o que acaba levando à manutenção do problema”, diz o Dr. Caio.
Ruminar pode estar ligado a características individuais
De acordo com Dr. Caio, há pessoas com maior predisposição a ruminar. “Existem pessoas que vivenciam de forma mais intensa os sentimentos de aflição, angústia, tristeza, ansiedade e têm baixa tolerância à frustração. Essas pessoas costumam apresentar com mais prevalência os pensamentos ruminantes disfuncionais”, explica o médico.
O lado bom da vida
A boa notícia é que é possível mudar os pensamentos negativos recorrentes por meio da chamada Terapia Cognitivo Comportamental (TCC). Criada nos anos 60 nos Estados Unidos, pelo psiquiatra norte-americano Aaron Beck, a terapia atua para modificar um pensamento disfuncional ou distorcido sobre um fato para que a pessoa possa ter uma visão mais clara da sua vida e se sinta melhor. Outra técnica importante com poder de reduzir a ruminação, assim como sintomas depressivos e ansiosos é o mindfulness. Tal prática permite uma outra relação com pensamentos negativos, sendo eficaz nesse ponto.
Mas, mesmo sem a terapia, há alguns passos que podem ser seguidos para evitar a ruminação disfuncional. “É preciso aprender a contestar os pensamentos ruminantes, avaliar se são válidos e pensar em saídas alternativas. Só o fato de perceber que ruminar reforça o problema emocional pode gerar na pessoa uma perspectiva diferente sobre esse hábito tão ruim ”, finaliza o médico.
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