segunda-feira, 7 de maio de 2018

Estudantes de graduação precisam de apoio emocional, revela estudo

Da redação

Há uma crise na saúde mental de estudantes de graduação em andamento. Com isso, as instituições de ensino superior precisam tomar atitudes urgentes para enfrentar o problema. Essa é a mensagem principal de uma pesquisa global envolvendo mais de 2,2 mil alunos, de 234 instituições de ensino superior, em 26 países. Destes estudantes, 40% estão matriculados em cursos de engenharia e ciências exatas e demonstram alto índice de sintomas de depressão e ansiedade.

De acordo com os relatórios validados pela pesquisa, 41% de todos os entrevistados demonstraram sintomas moderados a severos de ansiedade e 39% de sintomas moderados a severos de depressão. Existe também uma significante variação dos resultados por gênero. Cerca de um terço dos estudantes do sexo masculino afirmaram sentir sintomas tanto de ansiedade quanto de depressão, enquanto 40% do sexo feminino afirmaram vivenciar a mesma situação.

O resultado é explicado pelo psicólogo e professor do Centro Universitário Internacional Uninter, Ivo Carraro. “Se os estudantes estiverem nos primeiros períodos dos cursos de graduação, eles têm pela frente um universo acadêmico novo, exigente, nem sempre agradável e que exige certos conhecimentos previamente adquiridos para o êxito nos estudos. Por outro lado, se os acadêmicos estiverem cursando os últimos períodos dos seus respectivos cursos, sinaliza no horizonte das suas vidas um mercado de trabalho saturado e altamente competitivo”.

Segundo Carraro, esses são dois motivos, entre tantos, que levam os alunos a desenvolverem processos ansiosos e estados depressivos. “Some-se a eles a vida acadêmica alongada pelos cursos de pós-graduações, especializações, mestrados e doutorados, como condição necessária para uma colocação no mercado de trabalho”, finaliza.

Os dados coletados pelo estudo também sugerem que estudantes que vivenciam relações de suporte e conforto emocional, dentro e fora do ambiente acadêmico, demonstram melhores índices de estabilidade emocional. Aproximadamente metade dos estudantes com ansiedade e depressão revela não contar com relacionamentos desta natureza, além de afirmarem não viverem um bom equilíbrio entre suas vidas pessoais e acadêmicas.

No entanto, há um lado positivo, sugere o estudo. Já há sinais de que as instituições de ensino estão mais atentas a essas situações e tem trabalhado para oferecer aos estudantes novas formas de avaliação e metodologias mais flexíveis que os ajudem a aquedar suas capacidades de aprendizagem ao sistema de ensino.

O psicólogo da Uninter sugere algumas ações para as instituições de ensino superior, com o objetivo de minimizar o problema. “(As instituições) deverão ter um projeto pedagógico que priorize a uma formação acadêmica de qualidade para que os seus egressos sejam competitivos no mercado de trabalho. É preciso formar pessoas que desenvolvam seus autoconhecimentos, com suporte emocional, para enfrentar e vencer os naturais desafios da realidade. As IES devem estabelecer rede de relacionamentos com o mercado de trabalho, a fim de facilitar a colocação profissional dos seus acadêmicos, e dispor de um setor ligado ao RH para acolher os quem venha apresentar crises de fundo emocional, como ansiedade e depressão”.



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