Da redação
Todo orçamento doméstico precisa ser planejado. Só assim é possível garantir que as despesas fiquem dentro das receitas e, se possível, ainda haja uma sobra para ser aplicada. Muitas vezes, a grande dificuldade na hora de fazer este planejamento é definir as despesas essenciais, supérfluas e os desperdícios. E só com isso em mente é possível fazer os cortes necessários para ter uma vida financeira equilibrada.
É importante definir as despesas essenciais, supérfluas e os
desperdícios, para fazer o planejamento adequado | Foto: Reprodução
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"O grande problema está em adequar os gastos à renda. Se não é possível aumentar a renda, a única forma de equilibrar as contas é reduzindo as despesas. Só que as pessoas, muitas vezes, acham que todas as suas despesas são essenciais e sentem dificuldade na hora de fazer cortes e estabelecer prioridades", explica a consultora financeira Alexandra Contieri.
De acordo com a especialista, despesas essenciais e supérfluas costumam ser subjetivas, já que cada pessoa – ou família – tem uma realidade diferente. "De repente, ter um plano de TV a cabo com vários canais é muito importante para mim, mas, para outra pessoa, é um gasto supérfluo, já que ela assiste sempre aos mesmos dois ou três canais", exemplifica.
Alexandra afirma que o primeiro passo para uma adequação financeira é conhecer os gastos. "A pessoa precisa fazer uma planilha e anotar tudo, exatamente tudo que gasta, como, por exemplo, aluguel, financiamento de carro, supermercado e até o gasto com o cafezinho na padaria. Eu sempre reforço que não existe gasto pequeno. Por exemplo, se a pessoa ganha um salário mínimo e gasta R$ 2 por dia na padaria, ao final do mês, vai consumir uma parcela significativa de seu salário só com café. As anotações em uma planilha são fundamentais para que ela consiga visualizar suas despesas", diz.
O ideal é ter um levantamento de uns quatro, cinco meses para ter uma ideia real dos gastos. "Com a planilha em mãos, é hora de estabelecer os gastos essenciais, os supérfluos e os desperdícios. A pessoa precisa ser sincera com ela mesma neste momento. Não adianta se enganar", orienta.
Gastos essenciais são aqueles fundamentais para a pessoa viver, como, por exemplo, moradia, alimentação, educação, saúde, transporte, etc.. "Os gastos supérfluos são aqueles que você pode viver sem, mas que, de certa forma, trazem algum tipo de satisfação para a sua vida", explica. Alguns exemplos são um almoço em um restaurante diferente, a mensalidade da academia e a assinatura de uma TV a cabo. Se a pessoa não estiver endividada, é possível manter alguns desses gastos, mas sempre dá para fazer uma adequação. "Se ela vai a um restaurante todo fim de semana, pode reduzir para uma vez a cada 15 dias ou uma vez por mês. Se tem um pacote completo de TV, mas não assiste a todos os canais, é possível reduzir para um plano mais barato", comenta Alexandra.
Já os desperdícios precisam ser cortados de uma vez por todas. "Isso inclui gasto com água, energia elétrica, comida. Quando você para para pensar, vê que o banho demora mais que o necessário, que muitas luzes ficam acesas sem ter ninguém por perto, que a geladeira da churrasqueira ficou ligada a semana toda sem ter quase nada dentro. Isso custa. E dá para cortar sem fazer sacrifícios", orienta.
Deixar comida estragar ou jogar muita comida fora também é um desperdício fácil de ser evitado, com planejamento como, por exemplo, cozinhar menos ou priorizar o lanche com uma fruta que já está madura. "A compra por impulso também é uma grande vilã do orçamento. Quantas vezes compramos uma roupa que não é usada? Um eletrodoméstico que fica guardado o ano inteiro? Antes de comprar, faça essas três perguntas: eu preciso? Tenho dinheiro? Tem de ser agora? Se possível, vá para casa e espere uns dois dias. Muito provavelmente, você vai acabar chegando à conclusão de que aquilo não era tão essencial", finaliza a consultora.
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