quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Cisto cerebral aracnoide pode atingir mais de 1% da população

Da redação

O cisto mais comum encontrado no cérebro é o aracnoide, que também pode se desenvolver na medula espinhal. Estima-se de 1 a 1.5% da população irá desenvolver um cisto aracnoide, sendo mais prevalente em homens que em mulheres.

Entre os sintomas estão: dor de cabeça, vômitos, convulsões e problemas na visão | Foto: reprodução
Segundo o neurocirurgião Iuri Weinmann, do Centro Neurológico Weinmann, o cisto aracnoide se desenvolve no espaço entre o cérebro e a membrana aracnoide, uma das três membranas (meninges) que revestem o encéfalo e a medula espinhal. “O cisto aracnoide, normalmente, é uma bolsa composta de líquido cefalorraquiano. As paredes do cisto não permitem a drenagem do líquido, portanto, o volume se acumula em seu interior”.

O cisto aracnoide pode ser primário - quando é congênito ou presente ao nascimento - e secundário quando se desenvolve mais tarde. Na maioria dos pacientes os cistos aracnoides são achados nos exames de imagem por acaso, justamente porque não geram sintomas.

“Entretanto, em alguns casos, dependendo da localização e do tamanho, o cisto provocará alguns sintomas que podem levar o paciente a procurar um médico. Quando ele se desenvolve no cérebro pode causar dor de cabeça, tontura, enjoo, vômitos, letargia, convulsões, problemas na visão, audição, marcha, equilíbrio, atrasos no desenvolvimento (em crianças) e demência (em adultos)”, comenta Weinmann. 

Já quando o cisto se desenvolve na coluna, pode causar dores nas costas, escoliose, enfraquecimento e espasmos musculares, falta de sensibilidade nos braços ou pernas e problemas para controlar a urina ou as fezes.

As causas são diversas
Os cistos aracnoides congênitos são os mais comuns e surgem, na maior parte dos casos, devido a alguma malformação durante o desenvolvimento intrauterino. Já nos cistos aracnoides secundários as causas são variadas, como traumas encefálicos ou na coluna, complicações de cirurgias no sistema nervoso central, meningites ou tumores.

A maioria dos cistos aracnoides não requer cirurgia, apenas acompanhamento clínico para avaliar o crescimento. Mas, os que causam sintomas precisam ser retirados.

“Alguns cistos podem levar ao aumento da pressão intracraniana, levar a crises convulsivas frequentes, assim como podem se romper. Nestes casos, a cirurgia é indicada. Em crianças, os cistos podem afetar o desenvolvimento e, com isso, também podem ter indicação cirúrgica”, afirma o neurocirurgião. 

Entretanto, o tratamento cirúrgico de um cisto aracnoide vai depender da localização, do perfil do risco operatório, da disposição do paciente em passar por uma cirurgia e da chance de recorrência.

“Atualmente, a retirada dos cistos aracnoides é feita por meio de cirurgia endoscópica que permite a retirada do cisto ou ainda a criação de uma derivação para saída do líquido. Por se tratar de uma técnica minimamente invasiva, a recuperação é mais rápida e os riscos menores quando comparados a uma cirurgia convencional”, explica Weinmann.

Na maioria dos casos, após a cirurgia, o paciente se recupera e terá uma vida normal, necessitando apenas fazer um acompanhamento do pós-cirúrgico, assim como para avaliar a chance de recorrência.



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