segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Cegueira na vida adulta pode ter relação com diabetes

Da redação

Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV) em parceria com a Bayer, divulgada recentemente, aponta que metade dos brasileiros não sabem que a doença pode causar cegueira e 57% dos entrevistados que têm diabetes ou que têm familiares com a doença nunca ouviram falar sobre retinopatia diabética ou edema macular diabético (EMD).

No Brasil há cerca de 14 milhões de pessoas com diabetes | Foto: Reprodução 
O EMD é uma complicação da retinopatia diabética (RD) e, assim como ela, é causada pelo descontrole de açúcar no sangue como resultado direto do diabetes. A doença provoca alterações nos vasos sanguíneos da retina e causa danos à visão, conforme explica o oftalmologista Arnaldo Bordon, representante da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. "No caso do EMD, as alterações são tão graves a ponto de ocorrer vazamentos de fluídos e proteínas dentro da mácula, região central da retina que é responsável por dar foco e nitidez às imagens”.

O fluído na região da mácula causa visão embaçada, distorção de imagens e alterações na visão de cores. Além disso, quando não detectado rapidamente, pode causar perda grave de visão ou levar à cegueira total.

"A EMD é uma das razões mais frequentes de perda severa da visão na população diabética. São muito importantes o acompanhamento dos níveis de açúcar e a realização do exame de mapeamento de retina, contando com a avaliação tanto do endocrinologista como do oftalmologista. Esses são fatores essenciais para diagnosticar a doença precocemente," adverte Bordon.

Importante na detecção de problemas oculares no geral, o exame de mapeamento de retina – que estuda o fundo do olho – é essencial para diagnosticar a RD e a EMD. Infelizmente, quase 38% das pessoas que tem diabetes ou algum caso na família afirmaram na pesquisa que seus endocrinologistas nunca pediram o exame. Isso se torna especialmente preocupante, uma vez que metade dos entrevistados diagnosticados com problemas oftalmológicos em decorrência do diabetes recebeu um diagnóstico tardio, quando os sintomas apresentados já eram graves. 

Com os avanços científicos, tornou-se possível o desenvolvimento de terapias que tem como papel principal impedir a formação de vasos sanguíneos frágeis e reduzir o vazamento de líquidos na região da mácula, promovendo recuperação parcial ou total da visão já perdida.

As opções terapêuticas atuais variam desde o uso de laser a injeções intraoculares de medicamentos antiangiogênicos, implantes de corticosteroides ou procedimentos cirúrgicos em casos específicos.

Para prevenir que o diabetes se desenvolva a ponto de afetar a qualidade da visão do paciente, seguir uma alimentação equilibrada e realizar exames regularmente são essenciais, para manter os níveis de açúcar aceitáveis e controlados. Além disso, para ter uma vida saudável e evitar o surgimento do diabetes tipo 2 é necessário combater o sedentarismo e manter o corpo sempre ativo e o nível de gordura corporal mais baixo. O recomendando pela Organização Mundial da Saúde são 150 minutos de exercícios durante a semana para os adultos, o que ajuda, também, a combater a obesidade.

De acordo com a OMS, o número de diabéticos no mundo subiu de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014, sendo que apenas no Brasil, cerca de 14 milhões de pessoas já sofrem com a doença, segundo o International Diabetes Foundation.



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