Nos últimos tempos, é comum ouvirmos o termo empatia, ou seja, se colocar no lugar do outro, “calçar os sapatos do outro para sentir onde o calo aperta”. De acordo com especialistas no tema, a empatia vai muito além de perceber como o outro está se sentindo. Além disso, a empatia vale também para a vida conjugal, segundo a psicóloga Marina Simas de Lima, terapeuta de casal/família e cofundadora do Instituto do Casal.
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Pratique a escuta ativa, pratique a tolerância, orienta as psicólogas | Foto: Freepik |
Com isso, é importante refletir se quando seu (sua) parceiro (a) chega mal-humorado depois do trabalho, você costuma criticá-lo (a) por isso ou se colocar no lugar dele (dela) e oferece apoio? E quando sua mulher está de tensão pré-menstrual (TPM), você costuma entender ou acha que é frescura?
“Para sermos empáticos precisamos pensar muito mais no que é bom para o casal do que para nós mesmos. A empatia nos obriga a entender que nossos interesses e necessidades nem sempre serão os mesmos do nosso (a) parceiro (a), portanto precisaremos ceder em alguns momentos e isso dentro de um casamento é uma constante”, afirma a psicóloga.
Empatia e conexão andam juntas
Segundo a psicóloga Denise Miranda de Figueiredo, terapeuta de casal, família e cofundadora do Instituto do Casal, a conexão é fundamental para praticar a empatia. “O ser humano é um ser gregário, social. Isso significa que precisamos uns dos outros para vivermos. Nós crescemos como indivíduos por meio da conexão e não do isolamento. Portanto, a empatia é fundamental na vida a dois, familiar e social, pois nos ajuda a criar e a fortalecer essa conexão”.
A empatia acontece em alguns aspectos, como o emocional, cognitivo e o compassivo. Assim, empatia emocional é quando percebemos o sofrimento, felicidade ou preocupação da outra pessoa. Mas, não basta notar o que o outro sente é preciso adotar uma atitude de compaixão para que o outro se sinta melhor, amado e apoiado, explicam as especialistas.
Curiosamente, na pesquisa realizada pelo Instituto do Casal em 2016, o medo de não se sentir amado e apoiado foi o terceiro no ranking dos principais medos dos casais brasileiros e ficou na frente, inclusive, do medo de ser traído. Assim, esse dado corrobora o fato da empatia ser fundamental na vida a dois.
“Um exemplo é quando o (a) parceiro (a) chega do trabalho mais tarde, estressado (a) e cansado (a). Você sente que há algo errado, que o outro não está bem, mas acaba fazendo um comentário com tom crítico ou julgador, como: “você precisa aprender a dizer não”, “você é muito caxias”, etc. “Neste exemplo a empatia ficou apenas no emocional. O cônjuge não foi capaz de aplicar a compaixão e demonstrar uma atitude de apoio”, exemplifica Denise.
Dicas
1- Menos julgamento, mais apoioTodos nós em certos momentos iremos julgar pessoas e situações, pois isso faz parte da natureza humana. Entretanto, quanto menos julgarmos, mais empáticos seremos. E quando não julgamos, fica mais fácil não criticar.
2- Ofereça seu melhor estado: a presençaVivemos na era da hiperconectividade graças aos celulares e outras tecnologias. E isso é um convite à desconexão entre o casal. Como você vai perceber se o outro está bem ou mal com a cara enfiada na tela do celular ou trocando mensagens com aquele grupo divertido do whatsApp? Lembre-se que a tecnologia te afasta de quem está perto para te aproximar de quem está longe.
3- Importe-se de verdade
Evite supor ou imaginar do que o outro precisa, pois isso aumenta a desconexão e afasta a empatia. Ofereça apoio genuíno, pratique a escuta ativa, pratique a tolerância.
4- Não faça uma competição de sentimentos
Quando o outro está angustiado por algum motivo, evite dizer que tudo vai ficar bem, que não é nada, que você passou por algo pior. Todas essas colocações afastam a empatia. Evite querer resolver o problema logo de cara. Se você faz isso, pode levar o outro a encerrar o assunto e ficar ainda pior. A dica é dar espaço para o outro desabar, falar o que sente e sustentar a conversa até que se esvazie.
5- Pratique a tolerância
A tolerância tem tudo a ver com a empatia. Na verdade, uma completa a outra. Você não precisa abrir mão de suas opiniões ou crenças, mas precisa entender que todos são livres para pensarem e agirem de maneiras que nem sempre serão iguais as suas.
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