terça-feira, 24 de outubro de 2017

Aneurisma de aorta abdominal pode ser fatal em 90% dos casos

Da redação

O aneurisma é uma dilatação localizada e permanente em uma parede arterial, que, a princípio, pode ocorrer em qualquer vaso sanguíneo de maior calibre, mas que afeta mais frequentemente a aorta abdominal, a maior artéria do organismo. Considerado traiçoeiro, o aneurisma da aorta abdominal costuma evoluir de forma assintomática ou provocar dor pouco característica até a ruptura, ocasião em que a letalidade vai de 85% a 90%. Daqueles que ainda chegam vivos no hospital apenas 50% a 70% sobrevivem.


O diagnóstico do aneurisma da aorta é realizado através de exame clínico | Foto: Divulgação
Essa saliência geralmente ocorre na parte da aorta situada entre as artérias renais e sua bifurcação para as artérias ilíacas, região acima da virilha, podendo causar várias complicações, de trombose venosa profunda nos vasos dos membros inferiores até compressão de estruturas vizinhas, como nervos e órgãos. A mais temida, porém, é o rompimento da parede da aorta, que resulta em sangramento intenso. Tal probabilidade varia conforme o diâmetro do aneurisma: quanto maior sua extensão, maior o risco de ruptura.

De acordo com o cirurgião vascular e endovalcular, Alberto Ferreira, o tabagismo, o consumo excessivo de colesterol na dieta, hipertensão arterial, ser do sexo masculino e ter histórico de aneurisma na família são os principais fatores de risco dos aneurismas da aorta. Porém, existem casos que podem ter origem em causas mais incomuns. "Algumas pessoas são afetadas por uma fraqueza congênita da parede arterial, caracterizada por anormalidades dos olhos, ossos e sistema cardiovascular em graus e aspectos variáveis - síndrome de Marfan. Em casos de aneurismas da aorta, em especial da aorta torácica são detectados após traumatismos que podem estar associados a desacelerações súbitas, como quedas de grande altura ou acidentes de viação", explica o especialista.

A incidência mais comum dos aneurismas da aorta ocorre na sua porção abdominal, embora a aorta torácica também possa ser afetada. O calibre normal é de dois centímetros de diâmetro. A partir dos três centímetros, a dilatação já é considerada um aneurisma. Na maioria dos casos o paciente tem um diagnóstico, de forma imprevista, por meio de um estudo de imagem de rotina ou até mesmo motivado por sintomas não relacionados com a doença.  


"A maioria dos doentes com um aneurisma da aorta que rompe, acaba por morrer antes de chegar ao hospital. Daqueles que chegam a submeter-se a uma cirurgia emergente, apenas cerca de metade sobrevive. Por isso, o atendimento médico e imediato é essencial nesses casos", alerta Alberto. 

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é realizado através de exame clínico, ultrassonografia com Doppler e angiotomografia do abdômen e pelve. Ou seja, exames acessíveis e pouco invasivos.

Atualmente, existem dois tipos de cirurgia disponíveis para os aneurismas da aorta: a cirurgia "aberta", dita clássica, e a cirurgia endovascular. Na cirurgia convencional, a aorta dilatada é trocada por um tubo de plástico, que é perfeitamente integrado ao organismo; o paciente permanece em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por 24 a 48 horas se não houver intercorrências, podendo ter alta hospitalar 6 a 7 dias após a operação. Deverá guardar repouso por mais uma semana, quando serão retirados os pontos e a partir de então poderá gradativamente voltar às suas atividades habituais, o que só ocorrerá cerca de trinta dias após o ato cirúrgico.

A cirurgia endovascular é um método inovador que tem apresentado resultados satisfatórios para correção de aneurismas da aorta. Neste tipo de procedimento, uma prótese sintética (basicamente um tubo de tecido com uma estrutura de metal) é introduzida até à aorta através das artérias da raiz da coxa, aberta e fixada em posição nas zonas saudáveis da aorta (acima e abaixo do aneurisma). Este método, embora não totalmente desprovido de risco, permite reduzir o tempo de recuperação para apenas alguns dias.




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