sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Livro-reportagem aborda morte misteriosa na ditadura

Da Redação

No ambiente sufocante do regime militar, o diplomata brasileiro Paulo Dionísio de Vasconcelos morre em circunstâncias misteriosas na cidade holandesa de Haia, em 1970, sem que as autoridades tenham se empenhado em desvendar o episódio obscuro. Essa história é contada pelo jornalista Eumano Silva no livro "A morte do diplomata: um mistério arquivado pela ditadura", lançado em 4 de setembro, na Livraria Travessa, no Rio de Janeiro.

Autor levou dois anos na concepção da obra | Foto: Divulgação

     Título: A morte do diplomata: um mistério 
     arquivado pela ditadura
     Autor: Eumano Silva
     Editora: Tema Editorial
     Capa e projeto gráfico: Sérgio Luz
     Páginas: 208
Publicado pela Tema Editorial, a publicação percorre a vida de Vasconcelos e suas conexões com a diplomacia brasileira, na época em que o País vivia sob o comando de generais ansiosos por projetar uma imagem favorável no exterior – mesmo que internamente a realidade fosse opressiva e dolorosa. É nesse contexto que o jovem vindo de Minas Gerais projeta sua trajetória pessoal e profissional, interrompida pouco antes de completar 35 anos de idade. Com linguagem direta e substantiva,  Silva lança mão da estrutura narrativa dos livros de ficção policial para contar uma história verdadeira, baseada em documentos e entrevistas.

Foram dois anos de trabalho para reconstituir os fatos de quase cinco décadas atrás e montar a grande reportagem sobre um personagem à margem do fio principal dos acontecimentos, mas que proporciona uma visão singular do cotidiano daqueles dias atravessados pelo regime político de exceção. A família Vasconcelos franqueou ao autor do livro documentos, fotos, recortes de jornais e até mesmo o diário pessoal do diplomata, que tinha o hábito de escrever copiosamente sobre os mais variados temas.

Mais do que isso, os familiares concederam-lhe uma procuração para ter acesso aos documentos do Itamaraty relacionados ao caso. Assim, "foi um trabalho totalmente independente, sem nenhuma interferência", ressalta Silva. No meio do processo de pesquisa, o autor deparou-se com documentos reveladores sobre o cenário em que a diplomacia brasileira estava mergulhada à época.

Constatou, por exemplo, a extensão da teia de vigilância armada para acompanhar os movimentos de Dom Helder Câmara em países estrangeiros, como se o líder católico brasileiro, que lutava com palavras e gestos, representasse um perigo mortal para o regime. Também apurou as iniciativas dos comandantes militares para apresentar no exterior um País bem-sucedido.





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