sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Estratégias que ajudam crianças com TDAH na escola

Da redação

O canto dos pássaros, o bate-papo dos colegas, o barulho do relógio... tudo é motivo para distrair uma criança com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) na sala de aula. Assim, a neuropsicopedagoga e parceira da NeuroKinder, Viviani Zumpano, afirma que é preciso muita paciência, criatividade e conhecimentos sobre o TDAH, para ensinar crianças que apresentam o transtorno. 

"Estudantes com TDAH costumam ter notas baixas e, muitas vezes, são repreendidos e punidos, o que pode levar à baixa autoestima e aversão à escola. O professor precisa entender que o aluno tem potencial para aprender, mas os métodos precisam ser adaptados para o funcionamento de quem tem TDAH.", afirma.

Para a especialista, o princípio básico para ensinar crianças com TDAH começa a partir de três pontos: acomodação, instrução e intervenção. "O primeiro diz respeito ao que o professor pode fazer para facilitar a aprendizagem. O segundo é sobre os métodos que o professor usa para ensinar e o terceiro são os meios de reduzir os comportamentos que perturbam a concentração e distraem os outros alunos. Mas, é sempre bom lembrar que a atitude positiva do educador é crucial", diz Viviani.

Para entender melhor, ela lista dez itens que podem ajudar os professores a extrair o potencial de crianças e adolescentes com TDAH:

1. Lugar estratégico: Acomode o aluno longe de distrações (como  janelas/portas). Escolha lugares perto de outros alunos que possam dar bons exemplos e até ajudá-lo. O lugar também deve ser próximo da mesa do professor.

2. Informações claras: Seja sempre muito claro sobre as tarefas, tanto as de sala de aula quanto as lições de casa. Dê prazos e estabeleça regras.

3.  Abuse de recursos: Use gráficos, planilhas, imagens, listas e cores diferentes para ensinar as matérias.

4. Por partes: Como a concentração e atenção são afetadas no TDAH, procure dividir as atividades em blocos. Procure passar uma instrução por vez, de preferência fazendo contato visual.  

5. Combine sinais com o aluno: Crie sinais para se comunicar com o aluno sobre os comportamentos esperados, pro exemplo, prestar atenção na matéria, fazer a tarefa proposta, etc. Pode ser um sinal com a mão, um toque no ombro, etc. Se precisar chamar a atenção, faça isso em particular, jamais na frente dos outros alunos. Caso o comportamento não esteja afetando os outros alunos, procure ignorar.

6. Adequação das avaliações: Se for possível, dê provas e testes desmembrados e com poucas questões. Evite questões com mais de um item. Alunos com TDAH tendem a responder somente o primeiro item. Além disso, o ideal é que esses alunos tenham pelo menos 50% de tempo a mais para fazer as provas. Substituir as provas por trabalhos também pode ser uma opção.

7. Reforço positivo: Quando o aluno completar uma tarefa/lição proposta elogie pontualmente. O reforço positivo é fundamental para quem tem TDAH.

8. Organização: Ajude o aluno a organizar os materiais das aulas, separando as matérias em pastas/cadernos diferentes.

9. Exponha-o somente no momento certo: Evite fazer 'chamada oral' com esse aluno quando ele não está prestando atenção, pois ter que responder uma questão publicamente pode deixá-lo nervoso.  

10. Relação com os pais: Mantenha um canal de comunicação diário com os pais. O acompanhamento do TDAH envolve pais, educadores e profissionais de saúde. Todos precisam se unir para ajudar o aluno em todos os aspectos.

Além disso, a especialista ressalta que, em muitos casos, o ensino precisará ser individualizado para que o aluno consiga vencer suas dificuldades e desenvolver o potencial.



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