terça-feira, 31 de julho de 2018

Como tratar corpo e mente de forma integrada

Por Tobias Nold

A busca pela qualidade de vida tem feito muitas pessoas procurarem diferentes práticas e alternativas para melhorar a saúde e o bem estar. Nesse anseio, muitas já descobriram os benefícios da flutuação, uma prática que gera um relaxamento físico e mental profundo.

Flutuação gera relaxamento físico e mental profundo, segundo o fundador Tobias Nold | Foto: divulgação
Fora do país a flutuação está em outro momento, se consolidando como prática comum em spas e centros de flutuação. Nos EUA, por exemplo, já existem mais de 350 centros de flutuação. A pesquisa cientifica sobre os benefícios, também chamada de REST (restricted environmental stimulation therapy - tratamento de estimulação terapêutica restritiva) está evoluindo. Os resultados iniciais são promissores, mas ainda existe um longo caminho a ser percorrido.

Hoje o principal foco da ciência quando se fala na flutuação é sua aplicação contra estresse e ansiedade. Segundo a OMS, Organização Mundial da Saúde, a cidade de São Paulo é recordista em níveis de ansiedade. Conhecida como a doença do século a ansiedade pode aumentar o estresse das pessoas impactando assim o bem estar e a qualidade vida. Mais que a metade das pessoas que recebemos na Flutuar buscam aliviar o estresse e a ansiedade, e após três meses de funcionamento, estamos felizes em ver as pessoas retornando e também recomendando aos amigos, por que estão sentindo os benefícios da flutuação.

A prática é muito simples. Em uma sala privativa, a pessoa entra num tanque de flutuação composto por água com a termperatura rigorosamente controlada em  35,5 graus, a mesma temperatura média da nossa pele. É adicionado ainda grandes quantidades de sal Epsom, ou sal amargo, como é mais conhecido no Brasil. Essa alta concentração do sal possibilita a flutuação pela densidade elevada da água. O corpo flutua, reproduzindo a sensação de quem experimenta as águas do Mar Morto. Quimicamente falando, o sal amargo é rico em magnésio e dele que vem parte dos benefícios fisiológicos quando absorvido pela pele.

Os estímulos sensoriais são rigorosamente controlados. Sugere-se que a tampa do tanque seja fechada (mas existem meios termos para aqueles com claustrofobia), a fim de intensificar a experiência do flutuador. O uso de protetores auriculares também é recomendável a fim reduzir ao máximo estímulos sonoros. Pode-se ainda ficar na escuridão total ou, se preferir, recorrer às luzes de cromoterapia. O efeito esperado ao reduzir os estímulos sensoriais é que as sensações e sentidos se concentrem para o interior. A interocepção fica aguçada, a respiração e, às vezes, também o batimento cardíaco são os últimos 'barulhos' que restam no tanque. A mente vai se acalmando e os pensamentos ficam mais lineares. Algumas pessoas relatam estados meditativos profundos, outros descrevem viagens fascinantes ou sonhos lúcidos. Tem também aqueles que simplesmente adormecem flutuando na água quentinha. Cada pessoa tem a sua própria experiência no tanque.

A sessão, que dura 60 minutos no tanque, é uma boa forma de recuperar a energia e também melhorar a qualidade de sono. A prática ajuda na redução dos níveis de cortisol e alivia significativamente a tensão muscular. Após um longo dia de trabalho nada melhor que uma sessão e depois ir para casa dormir. Por essas razões a flutuação também vem sendo utilizada em casos de insônia e jet lag.

Atletas, esportistas e pessoas que pegam pesado nos treinos nas academias também tem sentido bons resultados. O alívio da tensão muscular é impressionante e todos que passam uma hora no tanque sentem um grande alivio na tensão e fadiga muscular.

Do ponto de vista da saúde, a flutuação tem sido utilizada de forma complementar no tratamento de dores crônicas relacionadas as juntas e articulações, dores de cabeça, enxaquecas e para melhorar o sentimento geral de bem estar. O alívio é sentido em apenas uma sessão, mas como não se trata de uma cura os sintomas podem voltar e a prática frequente pode ser uma alternativa.

A técnica também vem sendo utilizada por gestantes, porém pedimos que sempre que possível ela seja alinhada com o médico, antes. Além de reduzir dores musculares e inchaço nas pernas, a flutuação estimula a circulação. Na gestação ela pode ser realizada após a 12ª semana. No fim do período gestacional, quando a barriga cria vários desconfortos, é que a prática começa a trazer os maiores benefícios. As gestantes podem flutuar de bruços o que pode ser um grande alívio.

Pessoalmente os efeitos cognitivos sãos os que mais me fascinam. A flutuação tem sido uma excelente ferramenta para atingir com mais facilidade o estado de flow. A criatividade e capacidade de resolução de problemas se potencializam. A redução dos estímulos sensoriais resulta em uma mente com menos distrações e assim mais focada e presente.

Por esses e tantos outros motivos é que a prática tende a crescer cada vez mais. À medida que as pessoas vão descobrindo a flutuação e se valendo de seus benefícios, ela vai ganhando mais espaço e visibilidade. A pesquisa está acontecendo e os resultados apontam para sua eficácia. Aos poucos, flutuar vem se transformando em uma excelente alternativa para tratar e corpo e mente de forma completa e integrada. Na indústria da flutuação temos uma crença bem comum: se o mundo todo flutuasse teríamos uma população mais calma, pacífica e consciente.

*Tobias Nold é empresário e idealizador da Flutuar Float Center, primeiro centro de flutuação em São Paulo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Coop promove ações gratuitas de saúde no ABC e interior

Redação Em janeiro, a Coop - Cooperativa de Consumo realizará a primeira edição de 2020 da Blitz da Saúde, programa social voltado aos mo...