segunda-feira, 23 de julho de 2018

Obesidade afeta a saúde do fígado de crianças

Da redação 

Um novo estudo, publicado no Journal of Pediatrics, é o primeiro a mostrar que o ganho de peso pode ter um impacto negativo na saúde do fígado em crianças, a partir dos oito anos de idade. O estudo descobriu que a circunferência da cintura maior, aos três anos, aumenta a probabilidade de que, aos oito anos, as crianças tenham marcadores para doença hepática gordurosa não alcoólica.

Circunferência da cintura maior, aos três anos, aumenta a probabilidade de desenvolver doença hepática, futuramente  | Foto: Freepik
O pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349) comenta este fato: "Com o aumento da obesidade infantil, estamos vendo mais crianças com doença hepática gordurosa não alcoólica em nossa prática de controle de peso pediátrico. Muitos pais sabem que a obesidade pode levar ao diabetes tipo 2 e outras condições metabólicas, mas há muito menos consciência de que mesmo em crianças pequenas, ela pode levar à doença hepática grave”.

A doença hepática gordurosa não alcoólica ocorre quando muita gordura se acumula no fígado e provoca inflamação, causando danos. A condição afeta cerca de 80 milhões de pessoas nos Estados Unidos e é a patologia hepática crônica mais comum em crianças e adolescentes. "A doença geralmente não apresenta sintomas. A progressão da doença hepática gordurosa não alcoólica pode levar à cirrose do fígado e, em alguns casos, ao câncer de fígado", diz Chencinski.

Estudos anteriores se concentraram na doença do fígado gorduroso em adolescentes e em adultos jovens. No presente estudo, os pesquisadores procuraram por fatores de risco para o fígado gorduroso em crianças menores.

Foram medidos os níveis sanguíneos de uma enzima hepática chamada Alanina transaminase (ALT). A ALT elevada é um marcador de dano hepático e pode ocorrer em indivíduos com doença hepática gordurosa não alcoólica e outras condições que afetam o fígado.

Aos oitos anos, 23% das crianças do estudo tinham níveis elevados de ALT. Crianças com uma circunferência de cintura maior (uma medida da obesidade abdominal) aos três anos, e aquelas com maiores ganhos nas medidas de obesidade, entre as idades de três e oito anos, foram mais propensas a ter níveis elevados de ALT. Aproximadamente 35% das crianças de oito anos com obesidade apresentaram níveis elevados de ALT versus 20%  daquelas com peso normal.

"Alguns médicos medem os níveis de ALT em crianças em risco, a partir dos dez anos de idade, mas as descobertas ressaltam a importância de agir mais cedo para evitar o ganho excessivo de peso e subsequente inflamação do fígado", defende o pediatra.

Atualmente, a melhor maneira de crianças e adultos combaterem a doença do fígado gorduroso é não engordar acima dos limites esperados, perder peso, se isso acontecer, comer menos alimentos processados e fazer exercícios regularmente.




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