quarta-feira, 25 de julho de 2018

Quase 80% das queimaduras ocorrem em ambientes domésticos

Da redação

Uma das piores e mais doloridas lesões de pele é a queimadura, que pode colocar em risco a vida de qualquer pessoa, se não houver a atenção necessária durante seu tratamento. Mas o dado mais preocupante é que a maioria dos acidentes acontece em ambientes domésticos. De acordo com o cirurgião plástico e presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), Luiz Philipe Molina Vana: “São 77% do total das ocorrências”.

Cerca de 40% dos acidentes que resultam em queimaduras ocorrem com crianças de até 10 anos de idade  | Foto: Thinkstock
O cirurgião ressalta ainda que cerca de 40% desses eventos afetam crianças de até 10 anos de idade e, geralmente, ocorrem na cozinha. Com isso, as regiões do corpo mais atingidas são os membros superiores, o tronco e a face.

A principal causa das queimaduras é o fogo em si, corresponde a 40%, especialmente pelo uso do álcool para faxina doméstica e como acendedor de churrasqueira. “As pessoas têm um hábito muito equivocado em relação à utilização do produto”, explica Vana.

Já as queimaduras podem ser classificadas em duas fases: a aguda, que ocorre logo após o evento, quando o paciente apresenta feridas abertas; e a de sequelas, na qual as lesões na pele já foram fechadas, mas deixam marcas e cicatrizes. Os tratamentos, de maneira geral, costumam ser prolongados uma vez que envolvem troca de curativos diária e, em muitos casos, até intervenção cirúrgica.

Segundo Vana, a profundidade e a extensão da lesão é que vão apontar qual é a gravidade e definir o tipo de terapia mais adequado. “As queimaduras não são iguais, por isso, é importante observar a combinação desses dois aspectos”.

Primeiros socorros e tratamentos
Assim que o acidente ocorre é preciso procurar um profissional de saúde o mais rápido possível. “A pessoa queimada deve lavar a área atingida com água abundante, cobrir com um tecido limpo, tirar relógios, anéis e outros acessórios e se dirigir imediatamente ao pronto-atendimento. É essencial que ela não aplique nada na pele, pois o uso de pomadas e outros tópicos semelhantes atrapalham o diagnóstico”, ressalta o cirurgião.

A queimadura mais profunda exige cuidado especial para que não haja complicações futuras. Nesse caso, o tipo mais comum de tratamento é o que pode ser chamado de suporte, onde são utilizados curativos que ajudam a impedir infecções e o enxerto de pele.

“Muitas unidades de saúde especializadas do Brasil já têm acesso a inovações avançadas de tratamento, como, por exemplo, curativos de alta tecnologia que ajudam e aceleram o fechamento da ferida e amenizam as cicatrizes”, diz Vana, ao ressaltar que toda queimadura pode se complicar, por isso a agilidade na busca por tratamento faz diferença. “A população precisa estar mais atenta aos perigos tanto no ambiente doméstico, quanto no profissional. As queimaduras geram sequelas estéticas e psicológicas, contribuindo para o bulliyng infantil e outros traumas”, conclui.

ConscientizaçãoPromover a conscientização é um dos motivos da união de sete organizações, entre sociedades médicas, como a SBQ, e de enfermagem e associação de pacientes, com apoio da ACELITY, na campanha O Tempo Não Cicatriza. Para feridas complexas, o tratamento é o melhor remédio no Brasil. A iniciativa espera informar a população sobre feridas complexas e seus riscos, levando as pessoas a procurarem um profissional da saúde que possa avaliar a utilização de tratamentos mais adequados. As opções terapêuticas variam de acordo com o tipo de lesão e com a região do corpo em que estão localizadas.

A campanha é promovida pelas sociedades brasileiras de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), de Queimaduras (SBQ), de Tratamento Avançado de Feridas (SOBRATAFE), a de Atendimento Interligado ao Traumatizado (SBAIT); de Estomaterapia (SOBEST) e a de Enfermagem em Dermatológica (SOBENDE), e a Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD).

Atualmente, estão disponíveis no País soluções inovadoras como curativos avançados com propriedades antimicrobiana, antiodor, regenerativa ou hidratante, que contribuem para a cicatrização. Também existem tecnologias hospitalares e domiciliares, como o sistema de pressão negativa, que utiliza a pressão controlada e localizada sobre a lesão, por meio de um curativo de espuma coberto por uma película e ligado a um sistema de drenagem, as novas tecnologias aceleram o tempo de cicatrização de feridas.



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