segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Aids: médico alerta para as formas de prevenção

Da Redação

Em 1º de dezembro é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra a Aids (sigla em inglês para a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). A data tem como objetivo aumentar a conscientização entre a população, além de auxiliar no combate contra o preconceito que os portadores de HIV (sigla em inglês para Vírus da Imunodeficiência Humana) sofrem na sociedade. De acordo com a Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS), em 2017, havia 36,9 milhões de pessoas convivendo com HIV no mundo. A seguir, o infectologista Manuel Palácios, do Hospital Anchieta, comenta a doença e ressalta as maneiras de prevenção.

Segundo Unaids, em 2017, havia 36,9 milhões de pessoas convivendo com HIV no mundo | Imagem: reprodução
Aids e HIV
“A AIDS é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico. A síndrome é causada pelo vírus HIV, que ataca as células de defesa do corpo, deixando o organismo mais vulnerável, permitindo que aconteçam infecções oportunistas, por microrganismos que normalmente não produzem a doença e que elevam muito a mortalidade dos pacientes portadores do retrovírus”, explica Palácios.

De acordo com o médico, antigamente, entre a contaminação e a fase final, estimava-se um tempo de sobrevida médio de três anos. Hoje em dia, por haver certa “adaptação” do vírus ao corpo humano, pode ser que este tempo tenha aumentado em um ou dois anos. Atualmente o vírus pode ser identificado mais precocemente e o paciente pode ter uma sobrevida mais longa e saudável devido a disponibilidade de um grande arsenal de medicamentos para conter a ação do vírus.

Transmissão
Teoricamente, o vírus começa a se replicar no organismo após duas horas do contágio, porém os métodos de detecção só permitem percebê-lo no sangue após uma semana aproximadamente (método molecular, chamado de Carga Viral, realizado somente em pesquisas clínicas) ou após 20-30 dias (método convencional por detecção de anticorpos/antígenos, conhecido como ELISA 4° geração, que sempre é confirmado com outro teste, chamado de Western Blot), respeitando o período chamado de janela imunológica.

Segundo o infectologista, ter o vírus não significa que a pessoa necessariamente tem a doença. “Há soropositivos que vivem muitos anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a AIDS, mas podem transmitir o vírus”, ressalta.

Tratamento
Atualmente, o famoso coquetel é formado inicialmente por três antirretrovirais e o tratamento é iniciado independente do grau de imunidade que o paciente apresenta. Os remédios buscam controlar o HIV pelo maior tempo possível, diminuindo a replicação (produção de cópias) do vírus no corpo e permitindo a recuperação das defesas do organismo.

De acordo com o último relatório da Unaids, assim como preconizado na última Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), as pessoas que vivem com HIV em terapia antirretroviral e que têm carga viral indetectável por mais de 3 meses, têm chance, praticamente nula, de transmitir o vírus sexualmente, além de permaneceram saudáveis e com uma longevidade parecida à das pessoas não infectadas. Isto vem sendo veiculado na comunidade científica desde 2017 e denomina-se “U=U” (Undetectable = Untransmittable, ou seja: Indetectável = Não transmissível).

Prevenção
De acordo com o Ministério da Saúde, uma das formas de prevenção é a Profilaxia Pré-exposição (PrEp). A medicação deve ser ingerida, diariamente de forma contínua, antes do contato com um soropositivo e diminui em até 80% as chances de contaminação (independentemente da situação do parceiro infectado). A pílula, que combina o medicamento tenofovir e o entricitabina, bloqueia o ciclo de replicação do vírus, impedindo a infecção no organismo.

“Existem dois tipos de PrEP: oral e tópica (uso de gel genital). O Brasil, atualmente, disponibiliza pelo SUS acesso à PrEP oral somente para homens que fazem sexo com homens; transexuais; profissionais do sexo e parceiros sorodiscordantes de pessoas com HIV, porém pode ser encontrada também na rede privada de drogarias”, conclui o infectologista.

Assim pega:
• Sexo vaginal sem camisinha;
• Sexo anal sem camisinha;
• Sexo oral sem camisinha;
• Uso de seringa por mais de uma pessoa;
• Transfusão de sangue contaminado;
• Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação;
• Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.

Assim não pega:
• Sexo desde que se use corretamente a camisinha;
• Masturbação a dois;
• Beijo no rosto ou na boca;
• Suor e lágrima;
• Picada de inseto;
• Aperto de mão ou abraço;
• Sabonete/toalha/lençóis;
• Talheres/copos;
• Piscina;
• Banheiro;
• Doação de sangue.


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