segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Programação do Masp em 2019 é dedicada às histórias de mulheres

Da Redação

O tema “Histórias das mulheres, histórias feministas” será pauta do programa de exposições do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), em 2019. Já estão confirmadas seis monográficas de artistas mulheres, além de uma grande mostra coletiva que levará o título do eixo temático. A exposição se integra à série de mostras e seminários elaborados, nos últimos anos, em torno da noção de histórias, que abarcam narrativas reais, fictícias, relatos pessoais e históricos, apresentadas de maneira mais aberta e plural.

Djanira da Motta e Silva, obra Vendedora de flores, 1947 | Foto: Eduardo Ortega
As mulheres sempre experimentaram uma realidade distinta da vivida pelos homens no que tange a direitos civis e papéis sociais. Ao longo da história, a diferença de gênero teve momentos dramáticos, como no século 19, em que teorias de suposta base científica foram forjadas para explicar e justificar a dominação masculina. O sociólogo positivista francês Auguste Comte, por exemplo, procurou naturalizar a desigualdade em sua teoria da ordem espontânea da sociedade humana, de 1839. Já que as mulheres eram vistas como naturalmente incapazes de entender e raciocinar, não seriam, portanto, capazes de produzir algo tão complexo como a arte.

Muitos esforços têm sido empreendidos desde o final do século 19 para afirmar a importância das mulheres artistas e de suas obras, como a fundação, em Paris, da Union des femmes peintres et sculpteurs (União das mulheres pintoras e escultoras) em 1881 e, mais recentemente, o surgimento do movimento #MeToo, contra o assédio sexual, em Hollywood.

A programação do MASP em 2019 se une a essa rede de esforços que questionam os valores de gênero dentro da história da arte e celebram as histórias e os trabalhos de mulheres que, de modo deliberado ou não, foram ignoradas ao longo dos séculos. Para aprofundar as pesquisas que embasam o programa de 2019, o MASP organizará dois seminários em 2019: “Histórias das mulheres, histórias feministas”, em fevereiro, e “Histórias feministas, mulheres radicais”, em novembro, numa parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo. Dos seminários, sairá parte do conteúdo do catálogo e da antologia que serão lançados com a exposição coletiva.

As monográficas de Djanira da Motta e Silva, Tarsila do Amaral e Lina Bo Bardi estão previstas para o primeiro semestre, e a coletiva Histórias das mulheres, histórias feministas, e as mostras de Gego, Leonor Antunes e Anna Bella Geiger, para o segundo. O ciclo em torno das histórias das mulheres e histórias feministas terá, além das exposições, palestras, oficinas, filmes, seminários e outras atividades. A programação pode ser acompanhada no site do Masp. 



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