O Programa Semente promoveu o evento Tendências da Educação 2019, em 28 de julho, no Novotel Center Norte, em São Paulo. Na ocasião, um dos executivos da Educação Básica, presidente da holding Saber, Mario Ghio, afirmou a importância de desenvolver a aprendizagem socioemocional nas escolas brasileiras, para acompanhar as tendências da educação: “Se as escolas não se atentarem sobre as habilidades socioemocionais, não haverá alunos; no futuro, as instituições de ensino irão perder o caráter instrucional para se tornar ambientes de aprendizagem colaborativa e de relacionamento”.
Evento ocorreu em São Paulo, no fim de julho | Foto: divulgação |
A aprendizagem socioemocional permite o desenvolvimento de habilidades exigidas no século XXI, como empatia, resiliência, autoconhecimento, trabalho em equipe e tomada de decisões responsáveis. Lopes mostrou como esse ensino dentro das escolas, quando bem estruturado, contribui para a melhoria desses domínios. “É preciso diferenciar o que é conhecer as habilidades socioemocionais e o que é aprender a desenvolver essas habilidades. Por exemplo, no domínio de autocontrole, construímos que não são as situações que deflagram as emoções, mas sim o que pensamos a respeito dessas situações. Em outras palavras, são os nossos pensamentos que determinam as nossas emoções. Esse modelo abre a porta para a regulação emocional à medida que podemos questionar os nossos pensamentos em situações em que as emoções estão mais atrapalhando do que ajudando. Isso é chamado de flexibilização cognitiva”, explica Lopes.
Esse ensinamento também vale aos professores, para que eles tenham capacidade de lidar melhor com os estudantes e implantar nas salas de aulas a aprendizagem socioemocional. “Quando o professor da escola se capacita para aplicar essa metodologia, o impacto é muito maior, pois ele conhece os alunos e tem maior envolvimento”, complementa o fundador do Programa Semente.
Atualmente, das dez competências previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), quatro são explicitamente habilidades socioemocionais. “Nós percebemos que todas as habilidades exigidas por grandes empresas não são apenas os conceitos da profissão, mas sim, habilidades socioemocionais, como agilidade, proatividade, resolução de problemas, capacidade de negociação, comunicação e planejamento, além de liderança e trabalho em equipe”, ressaltou Ghio.
Segundo o presidente da holding Saber, daqui a 30, 40 anos os jovens não irão para a escola somente para adquirir conteúdos e disciplinas, mas para aprender a se relacionar. Por conta disso, o futuro das instituições de ensino está nas mãos da aprendizagem socioemocional.
Pesquisa nacional
O fundador do Programa Semente chamou a atenção para a necessidade do embasamento científico como auditor dos programas sobre aprendizagem socioemocional no mundo. Amparado pelas principais pesquisas científicas na área de aprendizagem socioemocional, o Programa Semente acaba de publicar um estudo sobre o impacto do ensino das habilidades socioemocionais em alunos brasileiros. A pesquisa, realizada pela UFRJ, foi feita com 9,6 mil estudantes do Programa Semente e mostrou impactos positivos em todos os domínios avaliados, apontando nos índices gerais de habilidades socioemocionais um aumento estatisticamente significativo de 6,7% na melhora do comportamento desses alunos.
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