De acordo com dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil terá cerca de 600 mil novos casos de câncer por ano em 2018 e 2019. O tumor na mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres. Além da cirurgia, a quimioterapia, muitas vezes, é necessária para complementar o tratamento, o que pode afetar a fertilidade. Por isso, a Sociedade Americana de medicina reprodutivo e a Sociedade Americana de Oncologia Clínica recomendam como a melhor opção para quem quer ter filhos o congelamento de óvulos.
Os óvulos congelados podem ser descartados livremente, já os embriões envolvem questões legais e éticas | Foto: reprodução |
O congelamento de embriões ainda é apontado como a melhor maneira de atingir o resultado esperado nos ciclos de reprodução assistida pelas sociedades médicas, mas os resultados de gravidez, a partir de óvulos congelados, já são equivalentes aqueles apresentados por embriões congelados.
Já o diretor médico da clínica, Roberto de Azevedo Antunes, ressalta que é preciso considerar que o congelamento de óvulos evita a ocorrência de questões éticas importantes, que surgem a partir do congelamento dos embriões como, por exemplo, a discussão sobre o destino de embriões caso um casal se separe, ou o que fazer com os embriões excedentes quando o casal consegue ter seu filho, entre outros. Em última análise, o congelamento de óvulos permite que uma mulher com câncer mantenha sua autonomia reprodutiva.
"O congelamento de óvulos segue como tratamento muito bem fundamentado e como recomendação por parte das sociedades europeia e americana, para pacientes com baixa reserva que não tenham pretensão de engravidar no curto prazo, diagnóstico de câncer ou risco de perder os ovários. O congelamento social também tem uma indicação bem fundamentada principalmente em pacientes entre 30-35anos sem perspectivas de ter filhos" - destaca Antunes.
Entenda a diferença entre congelamento de óvulos e embriões
O embrião se forma quando o óvulo é fertilizado pelo espermatozoide. A técnica de congelamento consiste na utilização de substâncias químicas (crioprotetores ) para proteger as células do frio e, assim, permitir que elas sejam conservadas congeladas. O embrião é formado por várias células, e caso algumas dessas células não sobreviva, ele consegue se corrigir e continuar seu desenvolvimento. A principal diferença é em relação ao descarte. Enquanto os óvulos podem ser descartados livremente, o descarte de embriões envolve questões legais e éticas.
Para se ter embrião, é necessário ter óvulos e espermatozoides. Logo os embriões são de responsabilidade do casal. E qualquer atitude quanto a eles tem de ser autorizada por ambos. Já os óvulos são propriedade exclusiva da mulher e ela decide o que fazer com eles. Outra questão importante é que a legislação brasileira impede o descarte de embriões com menos de 03 anos de congelamento, ou seja, o casal tem que arcar com os custos de manutenção do congelamento, ou então, optar pela doação dos embriões que está prevista em lei.
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