segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Congelamento de óvulos é opção para mulheres que tratarão o câncer

Da redação

De acordo com dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil terá cerca de 600 mil novos casos de câncer por ano em 2018 e 2019. O tumor na mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres. Além da cirurgia, a quimioterapia, muitas vezes, é necessária para complementar o tratamento, o que pode afetar a fertilidade. Por isso, a Sociedade Americana de medicina reprodutivo e a Sociedade Americana de Oncologia Clínica recomendam como a melhor opção para quem quer ter filhos o congelamento de óvulos.

Os óvulos congelados podem ser descartados livremente, já os embriões envolvem questões legais e éticas | Foto: reprodução 
A especialista em reprodução Humana da clínica Fertipraxis, Maria do Carmo Borges, comenta esta orientação. "As terapias para cura do câncer muitas vezes acabam afetando a reserva de óvulos, o que pode impossibilitar a gravidez da mulher de forma espontânea. Com o advento do congelamento de óvulos (no caso de mulheres), espermatozoides (no caso de homens) ou o congelamento dos embriões é possível se submeter ao tratamento, e após as sessões de quimioterapia tentar a gravidez", ressalta.

O congelamento de embriões ainda é apontado como a melhor maneira de atingir o resultado esperado nos ciclos de reprodução assistida pelas sociedades médicas, mas os resultados de gravidez, a partir de óvulos congelados, já são equivalentes aqueles apresentados por embriões congelados.

Já o diretor médico da clínica, Roberto de Azevedo Antunes, ressalta que é preciso considerar que o congelamento de óvulos evita a ocorrência de questões éticas importantes, que surgem a partir do congelamento dos embriões como, por exemplo, a discussão sobre o destino de embriões caso um casal se separe, ou o que fazer com os embriões excedentes quando o casal consegue ter seu filho, entre outros. Em última análise, o congelamento de óvulos permite que uma mulher com câncer mantenha sua autonomia reprodutiva.

 "O congelamento de óvulos segue como tratamento muito bem fundamentado e como recomendação por parte das sociedades europeia e americana, para pacientes com baixa reserva que não tenham pretensão de engravidar no curto prazo, diagnóstico de câncer ou risco de perder os ovários. O congelamento social também tem uma indicação bem fundamentada principalmente em pacientes entre 30-35anos sem perspectivas de ter filhos" - destaca Antunes.

Entenda a diferença entre congelamento de óvulos e embriões  

O embrião se forma quando o óvulo é fertilizado pelo espermatozoide. A técnica de congelamento consiste na utilização de substâncias químicas (crioprotetores ) para proteger as células do frio e, assim, permitir que elas sejam conservadas congeladas. O embrião é formado por várias células, e caso algumas dessas células não sobreviva, ele consegue se corrigir e continuar seu desenvolvimento. A principal diferença é em relação ao descarte. Enquanto os óvulos podem ser descartados livremente, o descarte de embriões envolve questões legais e éticas.

Para se ter embrião, é necessário ter óvulos e espermatozoides. Logo os embriões são de responsabilidade do casal. E qualquer atitude quanto a eles tem de ser autorizada por ambos.  Já os óvulos são propriedade exclusiva da mulher e ela decide o que fazer com eles. Outra questão importante é que a legislação brasileira impede o descarte de embriões com menos de 03 anos de congelamento, ou seja, o casal tem que arcar com os custos de manutenção do congelamento, ou então, optar pela doação dos embriões que está prevista em lei.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Coop promove ações gratuitas de saúde no ABC e interior

Redação Em janeiro, a Coop - Cooperativa de Consumo realizará a primeira edição de 2020 da Blitz da Saúde, programa social voltado aos mo...