terça-feira, 21 de agosto de 2018

Perda auditiva não tratada pode levar à demência

Da redação

Muitas pessoas já experimentam algum grau de perda de audição, a partir dos 40 anos, por causa do envelhecimento natural do corpo. No entanto, o cuidado com a saúde auditiva não é prioridade. Mas, o que muita gente não sabe, é que a deficiência auditiva não tratada pode acarretar uma série de doenças, inclusive mentais, como a demência, por exemplo.

Estudo mostrou que o risco de demência foi 69% maior em homens idosos, com dificuldade auditiva, do que naqueles que tinham audição normal | Foto: reprodução 
Diversos estudos relacionam a perda auditiva à demência. O mais recente deles, feito na Austrália: Hearing loss and the risk of dementia in later life, publicado na revista científica Journal Maturitas, mostrou que o risco de demência foi 69% maior em homens idosos, com dificuldade auditiva do que naqueles que tinham audição normal. Ainda não se sabe ao certo o motivo dessa associação, mas acredita-se que os desgastes naturais do corpo humano, inerentes à idade, junto com a diminuição dos sons que entram pelos ouvidos e chegam ao cérebro reduzem a capacidade cognitiva do indivíduo, encurtando também as atividades cerebrais.

A fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas, Isabela Papera, explica que: “Os sons dão sentido à vida e a falta deles faz com que o indivíduo faça menos esforço cerebral na tentativa de decodificar os sons. Com isso, o idoso fica mais vulnerável às diversas enfermidades cognitivas, uma vez que o cérebro, quanto mais exercitado, melhor funciona”.

Então, a perda auditiva não tratada também pode causar demência, por causa do isolamento social, como aponta um estudo francês. Com a redução das atividades sociais decorrentes da dificuldade de conversar com outras pessoas e de ouvir os sons da vida, os estímulos cerebrais ficam escassos, levando a um maior declínio cognitivo, o que já é mesmo mais comum entre os idosos.

Porém, o mesmo estudo francês aponta que o uso cotidiano de aparelho auditivo impede essa aceleração, garantindo às pessoas idosas que usam próteses auditivas o mesmo nível cognitivo daquelas que não têm dificuldades para ouvir.

“Ao melhorar a habilidade auditiva, com o uso de aparelho auditivo ou implante coclear, os efeitos mentais negativos gerados pela perda de audição quase que se anulam, uma vez que a pessoa restaura a habilidade de se comunicar e passa a interagir em sociedade. E são esses estímulos sociais e sonoros que evitam o declínio cognitivo”, afirma a fonoaudióloga.

Mesmo com tantos benefícios decorrentes do uso de aparelho auditivo, muitos idosos ainda resistem em procurar tratamento. Estima-se que, em média, o indivíduo leva cerca de oito anos, desde as primeiras suspeitas de dificuldades para ouvir até a primeira consulta com um especialista. Na maioria dos casos, isso ocorre por causa da falta de informação e do preconceito quanto aos aparelhos auditivos, que hoje têm design moderno e contém tanta tecnologia quanto os modernos smartphones.

Por meio de um teste auditivo, chamado audiometria, o médico otorrinolaringologista pode detectar o grau de perda auditiva e orientar o paciente para evitar o agravamento do problema.


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