Muitas pessoas já experimentam algum grau de perda de audição, a partir dos 40 anos, por causa do envelhecimento natural do corpo. No entanto, o cuidado com a saúde auditiva não é prioridade. Mas, o que muita gente não sabe, é que a deficiência auditiva não tratada pode acarretar uma série de doenças, inclusive mentais, como a demência, por exemplo.
Estudo mostrou que o risco de demência foi 69% maior em homens idosos, com dificuldade auditiva, do que naqueles que tinham audição normal | Foto: reprodução |
A fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas, Isabela Papera, explica que: “Os sons dão sentido à vida e a falta deles faz com que o indivíduo faça menos esforço cerebral na tentativa de decodificar os sons. Com isso, o idoso fica mais vulnerável às diversas enfermidades cognitivas, uma vez que o cérebro, quanto mais exercitado, melhor funciona”.
Então, a perda auditiva não tratada também pode causar demência, por causa do isolamento social, como aponta um estudo francês. Com a redução das atividades sociais decorrentes da dificuldade de conversar com outras pessoas e de ouvir os sons da vida, os estímulos cerebrais ficam escassos, levando a um maior declínio cognitivo, o que já é mesmo mais comum entre os idosos.
Porém, o mesmo estudo francês aponta que o uso cotidiano de aparelho auditivo impede essa aceleração, garantindo às pessoas idosas que usam próteses auditivas o mesmo nível cognitivo daquelas que não têm dificuldades para ouvir.
“Ao melhorar a habilidade auditiva, com o uso de aparelho auditivo ou implante coclear, os efeitos mentais negativos gerados pela perda de audição quase que se anulam, uma vez que a pessoa restaura a habilidade de se comunicar e passa a interagir em sociedade. E são esses estímulos sociais e sonoros que evitam o declínio cognitivo”, afirma a fonoaudióloga.
Mesmo com tantos benefícios decorrentes do uso de aparelho auditivo, muitos idosos ainda resistem em procurar tratamento. Estima-se que, em média, o indivíduo leva cerca de oito anos, desde as primeiras suspeitas de dificuldades para ouvir até a primeira consulta com um especialista. Na maioria dos casos, isso ocorre por causa da falta de informação e do preconceito quanto aos aparelhos auditivos, que hoje têm design moderno e contém tanta tecnologia quanto os modernos smartphones.
Por meio de um teste auditivo, chamado audiometria, o médico otorrinolaringologista pode detectar o grau de perda auditiva e orientar o paciente para evitar o agravamento do problema.
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