*Por Márcia Calixto dos Santos
As demandas do século XXI, como as novas tecnologias, o mercado de trabalho e as relações interpessoais, exigem cada vez mais dos jovens a capacidade de enfrentar desafios e adversidades. Neste sentido, um questionamento de pesquisadores e educadores configura-se como fundamental: quais seriam as habilidades necessárias para este cenário?
De modo geral, as escolas, faculdades e universidades se concentram primordialmente em um objetivo: preparar os estudantes para os desafios do mercado de trabalho. Para isso, se esmeram em oferecer, desde cedo, conteúdos indispensáveis para o êxito na vida profissional. Porém, existem outras habilidades que nem sempre são lembradas em sala de aula: as competências socioemocionais, ou seja, competências humanas que ajudarão os jovens a enfrentar os desafios impostos não só pela carreira, mas pela vida em si.
Assim, as competências socioemocionais têm sido muito pesquisadas devido a sua influência em diversos indicadores de sucesso pessoal, escolar e profissional. Há uma variada gama de características e habilidades que compõem as competências socioemocionais e que podem ser desenvolvidas ao longo da vida, como persistência, otimismo, criatividade, tolerância à frustração, foco, motivação, capacidade de ouvir o outro e capacidade de trabalhar em equipe, dentre outras. E é imprescindível que sejam trabalhadas em todas as etapas de formação.
Educadores podem trabalhar as competências socioemocionais de diversas formas, em integração com as disciplinas do currículo. Na aula de História, por exemplo, professores e alunos podem discutir o comportamento da população durante um determinado período, como a Segunda Guerra Mundial. Na aula de Literatura, os alunos podem refletir e discutir o que sentiram ao ler um livro. Já nos cursos de Graduação, atividades em grupo, análise de dilemas éticos, resolução de problemas e outras questões pertinentes à vida profissional são excelentes oportunidades para despertar e desenvolver as competências socioemocionais.
Em meio às mudanças frenéticas trazidas pela tecnologia, as instituições de ensino devem privilegiar as competências socioemocionais. Mais do que habilidades eminentemente técnicas, os estudantes precisam exercitar a resiliência e a capacidade de se adaptar a todas as transformações que vêm por aí. E você? Pretende se preparar para este cenário desafiador?
*Por Márcia Calixto dos Santos é psicóloga, coordenadora e docente do curso de psicologia.
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