O número de crianças que foram levadas às salas de emergência dos Estados Unidos, porque engoliram brinquedos, moedas, baterias e outros objetos quase dobrou, segundo último estudo publicado na revista Pediatrics. Em 2015, foram registradas quase 43 mil ocorrências desse tipo, entre as crianças menores de seis anos, em comparação com 22 mil, em 1995.
Baterias e pequenos ímãs de alta potência estão entre os objetos mais perigosos, se engolidos por crianças | Foto: reprodução |
Assim, os pesquisadores observaram que um número crescente de produtos usa baterias do tamanho de um botão, o que é potencialmente perigoso, incluindo os controles remotos de TV, termômetros digitais e brinquedos controlados remotamente, o que provavelmente contribuiu para o aumento desse tipo de ocorrência.
A equipe de pesquisa analisou um banco de dados nacional de atendimentos de emergência não fatais para crianças menores de seis anos. Quase 800 mil crianças foram tratadas, durante os anos de estudo, após a ingestão de objetos estranhos.
O pediatra e homeopata, Moises Chencinski, comenta a situação. "Moedas, baterias e brinquedos foram responsáveis pela maioria das idas à emergência. Cerca de 90% das crianças tratadas foram enviadas para casa sem hospitalização, mas graves lesões internas e mortes também foram registradas", afirma Chencinski.
Baterias e pequenos ímãs de alta potência, frequentemente comercializados como brinquedos para adultos, estão entre os objetos mais perigosos. "Quando as crianças engolem mais de um ímã, os objetos podem se atrair dentro do intestino, fazendo buracos no abdômen que podem levar ao envenenamento do sangue com risco de morte", explica o pediatra.
Nos últimos anos, a Comissão de Segurança de Produtos de Consumo dos EUA emitiu alertas de segurança e ordens para impedir a venda de alguns ímãs, citando dezenas de hospitalizações e pelo menos o óbito de uma criança. O órgão também alertou sobre os perigos das baterias do tamanho de um botão, que, quando engolidas, podem desencadear uma reação química que abre buracos no tecido dentro da garganta.
"Crianças que engolem baterias ou ímãs podem vomitar ou queixar-se de dor abdominal. Elas devem ser encaminhadas para a emergência o mais rápido possível", orienta Chencinski.
A ONG Safe Kids Worldwide, grupo de defesa e prevenção de acidentes na infância, solicitou mais pesquisas para entender o aumento desses incidentes. A entidade recomenda que pais e cuidadores precisam estar mais vigilantes.
"Para prevenir esse tipo de ocorrência em casa, tente ver o mundo pelo ponto de vista de uma criança: mantenha objetos pequenos, como moedas, baterias, ímãs, botões ou joias fora do alcance e da vista", finaliza Chencinski.
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