segunda-feira, 29 de julho de 2019

Pressão para que filhos alcancem perfeição pode prejudicar desenvolvimento

Redação

Quando as pessoas descobrem que serão pais, um turbilhão de ideias passa por suas cabeças. No entanto, nem sempre os filhos atendem às expectativas dos pais e os motivos são simples: são pessoas diferentes. O problema é que, muitas vezes quando isso acontece, a relação com os filhos pode ficar estremecida, pois muitos pais não possuem maturidade para lidar com os filhos considerados por eles imperfeitos. Assim, a psicoterapeuta e autora do livro Pais Imaturos, Filhos Deprimidos e Inseguros, Tania Queiroz, comenta esta situação.

Para a psicoterapeuta Tania Queiroz, os pais devem fazer uma autoavaliação e refletir sobre a forma como estão gerando expectativas sobre os filhos | Foto: Freepik
"Os pais planejam a vida dos filhos desde o nascimento. Querem que sejam bonitos, inteligentes, magros, obedientes, que estudem, trabalhem, namorem, casem e sejam ricos. Quando um filho pratica automutilação, usa drogas, tem uma orientação sexual diferente da esperada, engorda, engravida e sonha em ter uma profissão não muito rentável, é o caos", comenta Tania.

Inconscientemente, muitos pais projetam nos filhos o que não conseguiram realizar em suas próprias vidas. “A pressão pela perfeição pode prejudicar crianças e jovens. Muitos desenvolvem o medo de fracassar, baixa autoestima, depressão, ficam ansiosos, tristes e começam a cobrar esta perfeição de si próprios”, diz a psicoterapeuta.

Para Tania, os pais deveriam fazer uma autoavaliação e refletir sobre a forma como estão gerando expectativas sobre os filhos e mensurar as consequências de suas atitudes ou da falta delas. Desta forma seria possível operar as mudanças necessárias de maneira a garantir uma educação de qualidade, estabelecendo um vínculo emocional e não apenas material, aceitando suas imperfeições e escolhas.

Segundo a psicoterapeuta, a busca dessa perfeição dentro de valores rígidos tem destruído milhares de jovens que, quando não conseguem ser o que os pais sonharam e planejaram, ficam confusos, estressados, sem recursos emocionais e psicológicos adequados e alguns chegam a até tentar o suicídio.

"É preciso aceitar a realidade tal qual se apresenta bem diante do nosso nariz e resgatar a tolerância à frustração e à dor, aos problemas inerentes à existência humana que nos fazem amadurecer. É hora de aprendermos a lidar com os problemas reais dos nossos filhos" finaliza a escritora.

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