terça-feira, 2 de julho de 2019

Gravidez ectópica ocorre em 1% das gestações no mundo

Redação

Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a gravidez ectópica (fora do útero) acontece em 1% de todas as gestações do mundo, sendo que, dentro deste 1% das ectópicas, a possibilidade de nascer no ovário é de 1%. O risco de mortalidade materna é 90 vezes maior que uma gestação normal e o risco de o bebê falecer é de 95%.

Na gravidez ectópica, o risco de mortalidade materna é 90 vezes maior que uma gestação normal | Foto: divulgação

Por ser rara, a gravidez ectópica ainda é uma incógnita para muitas mulheres. Para esclarecer as principais dúvidas sobre essa condição, a ginecologista e obstetra Karina Tafner, especialista em Endocrinologia Ginecológica e Reprodução Humana pela Santa Casa (FCMSCSP) e especialista em Reprodução Assistida pela Febrasgo; explica as principais dúvidas sobre o tema:

O que é a gravidez ectópica?
Em uma gestação normal, um óvulo fertilizado passa pelas trompas de falópio e chega ao útero, local em que se implanta e começa o processo de formação do bebê. Já na gravidez ectópica, o óvulo fertilizado se implanta fora do útero, geralmente nas trompas de falópio. Quando isso acontece, a gestação não evolui, pois não há possibilidade de um embrião se desenvolver nesta região.

Quais são as possíveis causas desta situação? 
- Infecção: se uma das trompas de falópio estiver infeccionada, ela pode ficar inteiramente ou parcialmente fechada. Sendo assim, o óvulo fertilizado não consegue chegar ao útero.
- Tecido cicatricial: o óvulo pode ter dificuldade de atravessar a trompa de falópio, se o tecido cicatricial de uma infecção ou de uma cirurgia estiver bloqueando o percurso.
- O formato das trompas de falópio: algumas mulheres podem ter um problema congênito nas trompas, como o crescimento acima do comum. Nestes casos, o óvulo fertilizado pode ter dificuldades para chegar ao útero.

Probabilidade de uma gravidez ectópica
- Mulher com mais de 35 anos de idade.
- Histórico de gravidez ectópica anterior.
- Histórico de cirurgia abdominal.
- Histórico de doença pélvica inflamatória.
- Gravidez após laqueadura ou com uso incorreto do DIU.
- Fumante.
- Histórico de endometriose.

Quais são os sintomas? 
É possível notar sintomas diferentes de uma gestação normal, principalmente entre a quarta e 12ª semanas. Os sintomas são:
- Dor aguda na pélvis, no abdômen ou até nos ombros e no pescoço.
- Sangramento intenso ou leve.
- Desconforto ao urinar ou defecar.
- Fraqueza, tontura ou desmaios.

Diagnóstico
Os seguintes exames solicitados pelo médico podem identificar a gravidez ectópica:
- Exame pélvico para avaliar dor, sensibilidade ou identificar massas no abdômen.
- Ultrassonografia para confirmar se a gestação está desenvolvendo no útero.
- Teste de urina ou de sangue para medir o nível do HCG, hormônio da gravidez. Se estiver abaixo do normal, será necessário investigar uma possível gravidez ectópica.

Tratamento
Envolve a interrupção da gravidez, por meio das seguintes opções:
- Medicamento específico para absorção do tecido da gravidez ectópica.
- Cirurgia minimamente invasiva, como uma laparoscopia, para remoção do tecido remanescente da gravidez ectópica e reparação da trompa de falópio afetada.
- Remoção total ou parcial da trompa de falópio, caso tenha havido alargamento ou rompimento.
- Monitoramento médico e checagem do nível de HCG, garantindo que o tecido ectópico tenha sido completamente removido.

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