segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Reprovação escolar: especialista orienta como os pais devem agir

Redação

Cerca de 3,5 milhões de alunos reprovaram ou abandonaram a escola em 2018, segundo a Unicef. O estudo, divulgado recentemente em parceria do Instituto Claro, analisou o Censo Escolar 2018 e mostrou que esse número reflete a realidade, principalmente, dos últimos anos da educação básica, no ensino médio. Saber como lidar com a notícia de repetência escolar do filho não é uma tarefa fácil e exige atenção dos pais, para a tomada de decisão que diz respeito ao próximo ano letivo.

Entender o que levou à reprovação mostra o que faltou no ensino e na aprendizagem do aluno, no decorrer do ano e, dependendo da razão, a postura da família deve ser diferente | Foto: divulgação 

Para a educadora e diretora do Programa Semente, Tania Fontolan, a repetência escolar é o resultado final de um processo que aconteceu durante todo o ano, e o primeiro passo após a notícia é analisar qual a razão que levou à reprovação. “Foi uma dificuldade de aprendizagem? Foi uma incompatibilidade entre determinadas características cognitivas desse aluno e o modelo de ensino da escola? Foi o resultado de um processo de pouca dedicação? ”, questiona.

Entender o que levou à reprovação mostra o que faltou no ensino e na aprendizagem do aluno no decorrer do ano e, dependendo da razão, a postura da família deve ser diferente. “Se o aluno se dedicou, mas obteve notas ruins, a razão pode ter sido dificuldades reais de aprendizagem. Neste caso, vale pedir uma reconsideração na escola pensando no próximo ano como uma nova oportunidade.  Se a reprovação for por conta da incompatibilidade cognitiva entre aluno e escola, a sugestão é mudar de instituição. Se a razão for falta de dedicação, os pais precisam tentar mostrar como más decisões, não estudar, por exemplo, têm consequências”, ressalta Tania.

O ideal é que os pais saibam cobrar esforço e empenho do filho, e não resultado, porque ninguém é bom em tudo o que faz, mas com dedicação e perseverança, é possível ir bem em matérias, que o aluno não tem tanta familiaridade.

A persistência é uma das habilidades ensinadas no Programa Semente. Ao aprender como ter foco, os alunos adquirem mais autonomia e consciência sobre o esforço para alcançar os objetivos.

Meninos reprovam mais 
Quando se trata dos meninos, por exemplo, a atenção deve ser ainda maior. De acordo com a pesquisa do Unicef, os meninos têm 64% mais chance de repetirem de ano do que meninas. Segundo Tania, as meninas amadurecem mais cedo cognitivamente e neurologicamente e isso reflete em sua autopercepção e exteriorização dos medos e dificuldades. Por isso, elas pedem ajuda com mais facilidade.  Já os meninos, geralmente, apresentam mais dificuldade em falar sobre suas próprias emoções, o que, às vezes, gera uma barreira para que ele consiga externar suas dificuldades.

“As meninas desenvolvem a perseverança de um jeito mais responsável e antes dos meninos; além disso, há um pensamento de que se o menino for focado e centrado, ele será o ‘bobo’, o ‘nerd’. Então, por vezes, considera-se mais natural que ele ‘bagunce’, que jogue futebol e vá bem nos esportes e não se empenhe nas disciplinas obrigatórias na escola, esse pensamento cultural precisa ser mudado”, conclui Tania.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Coop promove ações gratuitas de saúde no ABC e interior

Redação Em janeiro, a Coop - Cooperativa de Consumo realizará a primeira edição de 2020 da Blitz da Saúde, programa social voltado aos mo...