O livro Se não fosse o Cabral (selo Tordesilhas), escrito pelo jornalista, escritor e vencedor do Prêmio Jabuti 2012 (na categoria reportagem), Tom Cardoso, traz com a ajuda de muito humor ácido, o “retrato do homem atrás do corrupto”, como define Alvaro Costa e Silva em sua apresentação do livro. A obra extrapola os relatos da gigantesca relação de crimes envolvendo o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e constrói o perfil de um dos mais importantes políticos brasileiros e da máfia que liquidou com os cofres do Estado.
A obra constrói o perfil de Sérgio Cabral, um dos mais importantes políticos brasileiros, e da máfia que liquidou com os cofres do Estado | Imagem: divulgação |
Mesmo em um país onde a corrupção é endêmica (o primeiro desvio de dinheiro público durante uma obra remonta a 1549, na construção de Salvador, a primeira capital), o autor revela como ninguém se mostrou tão apaixonadamente entregue à tarefa de dilapidar o erário quanto Cabral.
Para escrever a obra, Cardoso entrevistou ex-namoradas, colegas do seu time de futebol na faculdade – o “Canalhas em crise” –, familiares de amantes, organizadores de eventos, entre outros, e detalhe episódios como a Farra dos Guardanapos e a queda do helicóptero que transportava a potencial namorada do governador e a esposa do empreiteiro Fernando Cavendish.
Se não fosse o Cabral revela o Brasil da promiscuidade, do tráfico de influências, da corrupção impune, e a personalidade de um homem sem impedimento moral, sem pudores e disposto a tudo para enriquecer.
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