O estresse e a tensão emocional,
muitas vezes ligados às condições de trabalho desgastantes, se tornaram a nova
doença do século: a Síndrome de Burnout. Chamada também de síndrome do
esgotamento profissional, trata-se de um distúrbio psíquico, cujas principais
características são o estresse crônico, tensão, despersonalização e o esgotamento
físico e emocional. A psicóloga da Clínica Maia Aline Grou, especializada em
saúde mental, alerta que o problema pode ainda ter outros desdobramentos.
Doença atinge principalmente profissionais da área da Saúde, Educação, Comunicação e Tecnologia | Imagem: reprodução |
A Síndrome de Burnout pode causar
também desenvolvimento de doenças cardiovasculares (hipertensão), síndromes
autoimunes e queda de cabelo e é tratada através de psicoterapia e
medicamentos, como antidepressivos e/ou ansiolíticos.
“O nome Burnout tem origem no verbo
inglês 'to burn', que quer dizer queimar-se por completo, consumir-se. É uma
doença característica do trabalho que atinge, principalmente, profissionais da
área da saúde, educação, comunicação e tecnologia", alerta Aline.
De acordo com a profissional, a autocobrança
excessiva, o acúmulo de funções, pressão intensa, áreas que estão diretamente
ligadas às relações humanas ou que exigem do trabalhador afetividade, assim
como dificuldade de relacionamento na equipe de trabalho são algumas das causas
ligadas ao problema, que já virou questão de saúde pública. Segundo a
Associação Internacional de Gestão de Estresse do Brasil, estima-se que 32% dos
profissionais sofram com o esgotamento.
"Quem sofre com a síndrome,
entre outros sintomas, sente cansaço a todo o momento, fortes dores de cabeça,
dores musculares, distúrbio do sono e problemas gastrointestinais como
gastrites e úlceras. No quesito emocional, ocorrem sinais como falta de atenção
e concentração, alteração da memória e do humor, ansiedade, depressão,
pensamentos negativos, isolamento, sentimentos de derrota e desesperança,
podendo até chegar ao suicídio", afirma a especialista. Há também um alto
índice de uso de álcool e drogas, bem como utilização de medicamentos como uma
forma de minimizar a angústia.
Para a psicóloga, o ideal seria
estruturar um planejamento diário com tempo suficientemente adequado para
conclusão de todas as atividades, evitando também a sobrecarga de
responsabilidades, o que pode causar, inclusive, o afastamento do trabalhador de
sua função.
A psicóloga explica que o tratamento
dura, no mínimo, três meses, mas pode ser mais longo dependendo do caso. Ela
ressalta ainda que “mudanças nas condições de trabalho e, principalmente,
hábitos cotidianos saudáveis, com atividades físicas relaxantes, lazer e
meditação, por exemplo, são importantes. É importante lembrar que o trabalho
não deve ser apenas um meio de sustento para garantir a sobrevivência, mas
também uma fonte de prazer e realização pessoal, se possível", finaliza.
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