Pouco discutido, o racismo internalizado é aquele que age silenciosamente dentro da pessoa, que faz com que o oprimido se sabote sem querer por achar que, numa disputa com alguém de outra raça, ele é inferior. Ele também se faz presente nas melhores intenções, como em frases ou até mesmo pretensos elogios que terminam por demonstrar essa concepção da desigualdade, como se fosse necessário um branqueamento da pessoa para poder elogiá-la: “preto de alma branca”, explica o psicólogo Ronaldo Coelho.
O racismo internalizado é aquele que age inconscientemente dentro da pessoa | Imagem: reprodução |
Além dessas situações, o racismo pode aparecer na hipersexualização, que reforça a imagem como objeto: “mulata globeleza”, “negão fortão”, comenta Coelho. Assim, a pessoa pode não ter consciência de que está partindo de uma ideia racista para elogiá-lo.
Para evitar a crença de inferioridade (mesmo que inconsciente), o empoderamento é importante, principalmente na infância. Isso pode ser feito com elogios que não aloquem a raça e a cor negra como inferior, com o cabelo que cresce cacheado como algo bonito, com o reforço de ações positivas ligadas à raça para que a criança cresça entendendo que ela não é inferior a ninguém por conta da sua cor de pele. “O racismo internalizado não é vitimismo e precisa ser combatido. É um trabalho árduo, mas totalmente possível”, reforça Coelho.
Vale lembrar que o Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro e que o racismo no Brasil é crime. Denúncias podem ser feitas na Secretaria de Direitos Humanos, além de prestar queixa na delegacia.
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