quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Preenchimento com PMMA: entenda os riscos da cirurgia plástica sem bisturi

Da Redação

Com a proposta de resultados instantâneos, a bioplastia, também conhecida como plástica sem bisturi, atrai muitas pessoas, pois é um procedimento não cirúrgico que utiliza substâncias de preenchimento, como o polimetilmetacrilato (PMMA), no intuito de remodelar áreas da face e do corpo. Porém, desde 2006, o Conselho Federal de Medicina vem alertando toda a sociedade médica sobre problemas com o uso do PMMA, que é um material sintético, já que não existem estudos de longo prazo dos seus efeitos no corpo humano.

O PMMA nunca pode ser utilizado como um substituto do silicone, alerta o cirurgião plástico Pedro Lozano | Foto: Freepik
O cirurgião plástico integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Pedro Lozano, explica que “o polimetilmetacrilato só pode ser utilizado em casos específicos e em pequenas quantidades". Devido à baixa qualidade do produto existente no mercado nacional, a Anvisa também proibiu o uso de diversas marcas da substância, havendo, porém, poucas opções que são permitidas e que atendem as recomendações da agência nacional.

Composto por microesferas de um material muito parecido com um plástico acrílico, o PMMA se espalha pelo tecido da região após sua aplicação. Muito procurado por não ser absorvido pelo corpo, pode causar reações imprevisíveis a longo prazo.

A substância endurece dentro do local aplicado como um "cimento", podendo causar complicações pela rejeição do organismo com sequelas irreversíveis. "Uma vez injetado, o PMMA não pode ser retirado, muito diferente de uma prótese de silicone, que pode ser removida a qualquer momento ou a aplicação do ácido hialurônico, preenchimento de maior segurança", explica Lozano.

A bioplastia com PMMA nos glúteos, por exemplo, é feita com a aplicação de injeção intramuscular para que o líquido se espalhe na área e tenha aderência aos músculos. Aí que está o risco, pois nessa região existem muitos vasos sanguíneos, que se atingidos pela substância pode causar trombose, levando a uma embolia pulmonar e até à morte.

Alternativas melhores
"Definitivamente a bioplastia não é o processo mais seguro para se dar volume a qualquer parte do corpo. Este procedimento se popularizou, nos últimos tempos, principalmente pelo baixo custo se comparado a cirurgias plásticas mais seguras e convencionais", conta o médico.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica recomenda o PMMA apenas em plásticas reparadoras, como em pacientes com AIDS com lipoatrofia facial, que causa a perda da gordura do rosto. De qualquer forma, o médico especialista deve ter extremo controle na quantidade aplicada.

"As próteses de silicone e a lipoescultura com a enxertia da gordura retirada transferida diretamente para os glúteos ou outra região que se deseja conquistar maior volume são as cirurgias mais indicadas", afirma o cirurgião.

O PMMA nunca pode ser utilizado como um substituto do silicone, principalmente para pacientes que buscam a técnica para aplicação nos glúteos, coxas e panturrilhas, porque a dose utilizada nessas regiões é muito maior do que de um simples preenchimento.

Cuidados necessários para um procedimento seguro
É importante ressaltar que para qualquer procedimento invasivo de preenchimento o paciente deve sempre procurar um profissional habilitado e ser avaliado clinicamente. Uma das maneiras de constatar a veracidade e integridade do cirurgião plástico é pesquisar pelo médico diretamente na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, pois é possível conferir se ele está registrado no estado onde a pessoa fará o procedimento.

Além disso, é bom prestar atenção no tipo de divulgação que os profissionais fazem de seu trabalho. Publicações com fotos de "antes e depois" e número de seguidores nas redes sociais não são parâmetros para avaliar um profissional, além de tais publicações serem consideradas antiéticas.
A estrutura do local onde será feito o atendimento também deve ser analisada. O procedimento nunca deve ser feito fora de consultório e ambiente hospitalar, além de ser indispensável o alvará da Prefeitura e da Vigilância Sanitária.



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