terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Como lidar com a avalanche de consumo nessa época do ano?

*Por Jeferson G. Pires

O consumo paira sobre o imaginário neste período do ano. Mais recentemente, inicia com a adoção massiva do comércio brasileiro à campanha Black Friday, em novembro, seguindo os estímulos dos tradicionais presentes de Natal e, depois, as promoções e queimas de estoque em janeiro. São inúmeros eventos que conduzem às compras de itens, muitas vezes, não essenciais.

O consumo sem uma real necessidade pode ocorrer como resposta a uma emoção negativa, ou mesmo pela necessidade de mostrar status social por meio do poder de compra | Foto: Freepik

Nesse caso, o consumo pode ocorrer como resposta a uma emoção negativa (tristeza, baixa estima, tédio) ou mesmo pela necessidade de mostrar status social por meio do poder de compra. Além do quesito emocional, é inegável o impacto das campanhas publicitárias, a ponto de transformar alguns produtos e serviços em necessidades imediatas. São as ideias por detrás do “valer a pena” ao mostrar o “preço reduzido” ou a sensação de “poucas unidades” disponíveis daquele produto/serviço.

Diferentes teorias tentam explicar o comportamento de consumo. Alguns economistas destacam o aumento dos gastos diante da percepção de redução do preço. Sem contar aquelas pessoas que tendem a valorizar mais as possíveis perdas (ou faltas) do que os ganhos que virão do produto ou serviço que estão prestes a adquirir.

Mas o que desencadeia a decisão de comprar? 
Pode ser qualquer estímulo (ambiente, mídia, fala de alguém) que nos faça pensar sobre alguma ideia, conceito, produto ou necessidade. Ou seja, os gatilhos despertam interesse em coisas que não estávamos necessitando ou pensando até o momento que fomos estimulados por eles.

Como lidar com esses gatilhos e evitar armadilhas? 
• Identificar o que te faz querer consumir é o primeiro passo. Pergunte-se sobre o que te levou a querer o produto/serviço naquele momento? Estava triste? O desconto pareceu atraente? O atendimento na loja foi cordial e te fez sentir-se à vontade?

• Seja consciente de sua real necessidade e do motivo que te faz pensar que o produto/serviço é importante naquele momento.

• Questione-se sobre a disponibilidade do produto ou serviço no futuro: ele poderá acabar, ou parar de ser oferecido? Você deve comprar naquela hora?

Em síntese, tenha clareza dos estímulos ao seu redor, como eles te afetam e as estratégias de venda no comércio físico e virtual.

A consciência é uma das principais formas de garantir que as decisões de consumo sejam realizadas adequadamente e que efetivamente trarão benefícios. Por outro lado, deixar-se levar pela sedução barata de algum momento ocasionará a aquisição de bens e serviços desnecessários, decorrentes de pura falta de consciência.

É preciso estar atento a si mesmo e ao seu ambiente até mesmo no momento das compras.

*Jeferson G. Pires é professor mestre do curso de Psicologia da Anhanguera São José (SC), psicólogo e doutorando em Psicologia- UFSC. 

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