quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Especialistas falam sobre cefaleia tensional e enxaqueca

Redação

Segundo os especialistas, existem mais de 150 tipos de dores de cabeça, chamadas tecnicamente de cefaleias. Por isso, apesar de todas elas provocarem muito incômodo ao paciente, é importante ficar atento aos sintomas, para descrevê-la da melhor forma ao médico, o que permite que o problema seja combatido da forma mais eficaz. De acordo com o professor de Neurologia da Universidade de São Paulo (USP), José Geraldo Speciali, há duas dores de cabeça que podem ser confundidas, são elas: cefaleia tensional e enxaqueca.

O uso de analgésicos não resolve a cefaleia e, se for feito em excesso, pode mascarar o problema e levar ao efeito rebote | Foto: AdobeStock

“A primeira é um dos tipos mais comuns e costuma ser provocada por estresse, ansiedade e depressão e tende a ser difusa, com intensidade de leve a moderada e não impede a pessoa de desempenhar suas atividades do cotidiano” explica Speciali. Ela costuma ser associada a desconforto na nuca, nos ombros e nas costas, que são resultado da contração muscular característica de quem apresenta esse tipo de quadro.

Já a enxaqueca, conhecida também como migrânea, é crônica, normalmente tem um fator genético e é ativada por gatilhos, como preocupações excessivas, alterações hormonais, jejum, noites mal dormidas e fatores alimentares, excesso de cafeína, gordura ou sódio, por exemplo. Ela provoca uma dor bem mais forte, que muitas vezes obriga o indivíduo a fazer repouso, além de náuseas, formigamento ou dormência em algumas partes do corpo, sensibilidade a cheiros e a luz e sintomas visuais, como pontos luminosos ou linhas em ziguezague que antecedem ou acompanham as crises.

Apesar de bem diferentes, nos dois casos o uso de analgésicos não resolve a cefaleia e, se for feito em excesso, pode mascarar o problema e levar ao efeito rebote, que acontece quando o organismo se acostuma com a droga e, por isso, ela não tem mais a mesma eficácia. Quando se trata da enxaqueca, eles apenas aliviam a intensidade e a duração do desconforto, sem tratar a doença, o que deve ser feito com remédios próprios e alterações no estilo de vida, como a prática de atividades físicas, mais horas de sono e mudanças na alimentação que incluem evitar o jejum e abrir mão dos fatores que dão início às crises, o que pode ser percebido diante de uma análise cuidadosa do paciente nos dias de crise.

Na cefaleia tensional esse tipo de medicamento também só alivia o desconforto. Para acabar com o martírio de fato, é preciso encontrar a causa para tanta tensão e combatê-la. Para isso, a atividade física e a melhora do sono também podem entrar em cena, assim como meditação, terapia e massagens. Além disso, uma consulta com o dentista também é bem-vinda, comenta o cirurgião dentista e diretor clínico da LIVA, Alain Haggiag. “A dor pode ser resultado do bruxismo de vigília, que acontece quando a pessoa range ou aperta os dentes involuntariamente durante o dia” explica Haggiag. Nesse caso, tratamentos específicos, como o uso de aparelhos que combatem esses movimentos da boca, são os mais indicados.

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