sexta-feira, 31 de maio de 2019

Ginecologista fala sobre vida sexual das mulheres na terceira idade

Redação

O mundo mudou e o comportamento das mulheres também. Na terceira idade, além das alterações hormonais, que ocorrem nessa fase da vida, surge o ressecamento vaginal e o desejo sexual varia, em um “efeito ioiô”, mas tudo pode ser contornado com acompanhamento médico.  A ginecologista Juliana Pierobon, da Altacasa Clínica Médica, explica que, por causa da menopausa, a redução dos hormônios mexe com a lubrificação da mucosa vaginal, tornando o ato sexual, por vezes, desconfortável.

"O acompanhamento ginecológico adequado é fundamental para minimizar os sintomas (como ressecamento vaginal, por exemplo) e assegurar um sexo prazeroso", afirma a ginecologista Juliana | Foto: reprodução

"A diminuição do estrogênio e da testosterona influenciam na cognição, na sensibilidade e textura da pele e mucosas, bem como na motivação sexual. A fisiologia se modifica, mas a resposta sexual ainda existe. Ela está apenas mais lenta", explica.

A médica ressalta, no entanto, que a vida sexual pós-menopausa também tem muito a ver com a parte emocional e não apenas com os hormônios. "As mulheres devem derrubar o tabu de que a partir da menopausa terá uma vida sexual ruim. O acompanhamento ginecológico adequado é fundamental para minimizar os sintomas e assegurar um sexo prazeroso", afirma a especialista, lembrando que, a partir dos 65 anos, as mulheres podem ter orgasmos diferentes, com sensações menos intensas. Além disso, diversas áreas do corpo podem deixar de ser sensíveis ao toque.

Para a especialista, uma mulher saudável, motivada, em um bom relacionamento a dois, tem mais disposição para o sexo. Já quem viveu relacionamentos não tão gratificantes, acumulou mágoas ou adquiriu doenças ao longo da vida, como depressão e hipertensão, ou as que tomam medicamentos que interferem na libido, podem ter o desejo comprometido. O mesmo pode ocorrer com quem passa por situações estressantes, como a saída dos filhos de casa e a aposentadoria.

Juliana alerta que as mulheres devem se esforçar para manter uma atitude positiva diante da velhice, aproveitando as vantagens da prática do sexo na terceira idade, com mais tempo para curtir o parceiro e sem as ilusões da juventude. No entanto, não podem jamais esquecer do uso da camisinha.

"O preservativo proporciona segurança durante o sexo para pessoas de qualquer idade e não deve ser deixado de lado apenas pelo fato de essas mulheres não mais engravidarem. A falta de discussão sobre sexualidade e uso de preservativo levaram ao aumento no contágio e o número de doenças sexualmente transmissíveis em idosos, dobrou na última década", afirma a ginecologista.

"Acredito que o tema muitas vezes não seja discutido por ser um tabu e porque muitos profissionais acreditam que a sexualidade das mulheres idosas é inexistente. Com orientação adequada e medicamentos, a vida de muitas mulheres pode aflorar da noite para o dia, aumentando sua autoestima e bem-estar", ressalta Juliana.

Dicas para as mulheres terem uma boa vida sexual na terceira idade
- Uso de lubrificante na hora do sexo facilita a penetração e a torna mais prazerosa;
- Uso frequente de creme intravaginal a base de estriol – por indicação do ginecologista – combate o ressecamento interno da vagina e melhora a elasticidade da muscosa vaginal;
- Tratamentos com laser vaginal melhoram a atrofia genito-urinária a longo prazo e podem ser indicados pelo ginecologista
- Terapias e exercícios físicos melhoram o emocional e o físico, e podem ajudar na hora do sexo;
- Beber bastante água pode ajudar na produção de fluidos necessários a uma boa relação sexual;
- A aceitação do próprio corpo é fundamental, para se sentir segura junto ao parceiro; além de um entendimento mais amplo do sexo, além da penetração.

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