sexta-feira, 24 de maio de 2019

Mulheres grávidas com periodontite têm mais risco de ter parto prematuro

Redação

Uma pesquisa da Universidade Pedagógica e Tecnológica da Colômbia, com base em uma revisão sistemática da literatura mundial, revelou que mulheres grávidas com periodontite correm risco duas vezes maior de ter parto prematuro, ou seja, com menos de 37 semanas de gravidez.


Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de 20 artigos científicos sobre o tema. No total, a análise abrangeu 10.215 mulheres de diversos países. A associação entre a infecção periodontal e aumento da possibilidade de parto prematuro foi encontrada em 60% deles.

De acordo com o odontopediatra Gabriel Politano, do Ateliê Oral Kids, em São Paulo, a periodontite, infecção que destrói a gengiva e até os ossos que dão suporte aos dentes, surge por meio de bactérias da saliva. Quando não há higiene bucal adequada, elas grudam nos dentes, formando a placa bacteriana. “O organismo, então, passa a se defender da infecção e, dessa maneira, surge uma inflamação: a gengivite. Se não for tratada, ela evolui para a periodontite”, explica o dentista, que também é diretor do Departamento de Odontologia para Gestantes e Neonatos da Associação Brasileira de Odontopediatria (Aboped).

Os sintomas costumam ser brandos: pequenos sangramentos na hora da escovação, mau hálito e inchaço gengival. “As pessoas acabam negligenciando por não causar dor, como uma cárie, que atinge o canal do dente”, diz Gabriel Politano.

O agravante é que as bactérias que causam a periodontite não ficam restritas, necessariamente, à boca. Elas são capazes de viajar pelo corpo através dos vasos sanguíneos.

“Quando a infecção é severa, que acomete todo o tecido de sustentação do dente, e o agente infeccioso cai na corrente sanguínea, se dissemina pelo organismo, alcançando o útero, o sistema imunológico aumenta a produção da prostaglandina, uma substância que ajuda a combater esses inimigos, mas também pode induzir ao parto prematuro”, explica Politano.

Tratamento
Então, quanto antes for diagnosticado, menor perigo a futura mamãe corre. A detecção da periodontite geralmente é realizada no consultório do dentista, às vezes, um exame de raios x é necessário  para avaliar a situação. Nas mulheres grávidas, o momento ideal para intervir é no segundo trimestre, quando há menor risco para a mãe e o bebê. Contudo, sempre vale conversar com o profissional.

Prevenção
Mais importante que o diagnóstico precoce é a prevenção. Assim como qualquer outra pessoa, as gestantes precisam manter a saúde bucal em dia. Isso significa se alimentar conforme a sugestão do obstetra e escovar os dentes de forma correta. O especialista aconselha que as mulheres visitem o consultório odontológico duas vezes durante a gravidez.

As associações médicas e odontológicas brasileiras e internacionais, além do Ministério da Saúde, colocam o exame bucal como essencial durante a gestação. Se as mulheres fizessem o pré-natal odontológico, a maioria dos casos de gengivite poderia ser evitada, já que a doença é difícil de ser detectada pela própria paciente.

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