quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Cirurgião plástico fala sobre correção de cicatriz

Redação

As cicatrizes são sinais de machucados, lesões ou de cirurgias. Porém, a cicatrização é um processo individual, ou seja, para alguns, uma simples ferida pode resultar numa aparência incômoda e até constrangedora. Nestes casos, pode haver a necessidade de recorrer à correção cicatricial, que é a cirurgia plástica realizada para melhorar a condição de uma cicatriz em qualquer parte do corpo, conforme explica o cirurgião plástico Luís Felipe Maatz, especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

O cirurgião plástico Luís Felipe Maatz comenta que o reparo cirúrgico das cicatrizes ocorre por motivos estéticos, ou quando há sintomas (coceira, dor, queimação, por exemplo) que incomodam o paciente  | Foto: divulgação 

De acordo com o último censo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2016, foram registradas quase 50 mil revisões de cicatrizes, um aumento de 7,6% em relação ao ano anterior. Segundo a SBCP, os diferentes tipos de cicatriz são:

Descoloração, irregularidades da superfície e demais cicatrizes mais sutis: podem ser esteticamente melhoradas por cirurgia ou demais tratamentos recomendados pelo cirurgião plástico. Estes tipos de cicatrizes não prejudicam a função ou causam desconforto físico e incluem cicatrizes de acne, bem como cicatrizes decorrentes de ferimentos leves e de incisões cirúrgicas anteriores.

Cicatrizes hipertróficas: são aglomerados espessos de tecido cicatricial que se desenvolvem diretamente no local da cicatrização. Estas cicatrizes são, na maioria das vezes, altas, vermelhas e/ou desconfortáveis, e podem se tornar maiores ao longo do tempo. Elas podem ser hiperpigmentadas (de cor mais escura) ou hipopigmentadas (de cor mais clara).

Quelóides: são maiores que as cicatrizes hipertróficas. Estas cicatrizes podem ser dolorosas ou com prurido, e também podem enrugar. Elas se estendem para além das bordas de uma ferida ou incisão inicial, podendo ocorrer em qualquer parte do corpo, mas desenvolvem-se mais comumente onde há pouco tecido subjacente de gordura, como na face, no pescoço, nas orelhas, no peito e nos ombros.

Contraturas: são cicatrizes que restringem o movimento devido à junção da pele e do tecido subjacente durante a cicatrização. As contraturas ocorrem quando há uma grande quantidade de perda de tecido, por exemplo, após uma queimadura. As contraturas também podem se formar onde a ferida se junta com a articulação, restringindo o movimento dos dedos, cotovelos, joelhos e pescoço.

Segundo Maatz, o reparo cirúrgico das cicatrizes inestéticas (alargadas, elevadas, queloidianas ou hipertróficas) é recomendado por motivos estéticos, ou quando há sintomas como coceira, dor, ou queimação. “Também é necessário quando a cicatriz impede movimentação das regiões próximas (chamada contratura ou brida cicatricial), ou quando há formação de escoriações ou úlceras sobre a cicatriz", reforça o cirurgião plástico. Para saber se o procedimento cirúrgico é necessário, é preciso a avaliação de cirurgião plástico.

No pré-operatório, são necessários exames básicos como hemograma e coagulograma. Maatz conta que se houver sedação, há necessidade de exames complementares como eletrocardiograma e radiografia de tórax. De acordo com o cirurgião plástico, as correções de cicatrizes costumam ter baixo risco de eventos graves. Dentre as complicações mais comuns estão: deiscências (abertura de pontos), acúmulo de líquidos (hematoma ou sétima) e infecção local.

Dependendo do tamanho da cicatriz, o procedimento pode ser realizado em consultório, clínica ou hospital, desde que haja estrutura adequada, com equipamentos e equipe treinada para qualquer intercorrência. O tempo de repouso pós-cirurgia varia entre dois e sete dias, conforme o procedimento. Mas pode haver a necessidade de um repouso mais prolongado, dependendo do caso.

“O paciente deve seguir atentamente todas as recomendações pós-operatórias dadas pelo seu cirurgião plástico, como evitar que as incisões cirúrgicas não estejam sujeitas à força excessiva, ao inchaço, à escoriação ou ao movimento durante o período de cicatrização. O paciente também deve evitar a exposição ao sol e, claro, tomar as medicações prescritas. Seguir as recomendações à risca é fundamental para garantir um melhor resultado final”, aconselha Maatz.

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