segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Pílula anticoncepcional: um risco cardiovascular oculto

Redação

Usada por milhões de mulheres há décadas, a pílula anticoncepcional é o medicamento mais estudado no mundo. Quem toma, muitas vezes, nem imagina que haja contraindicação para o uso. A combinação dos hormônios estrógeno e progestágeno, embora em níveis mais baixos, causam efeitos colaterais sérios nas mulheres, ao aumentar os riscos de sofrerem doenças do coração e derrames cerebrais, em decorrência do endurecimento das artérias.

Mulheres cardiopatas, diabéticas, tabagistas, hipertensas ou obesas têm cinco vezes mais chances de sofrerem problemas cardíacos ao usarem a pílula | Foto: Freepik

Diversas pesquisas mostram que mulheres cardiopatas, hipertensas, tabagistas, diabéticas ou obesas, que consomem a pílula, possuem uma tendência maior a ter placas de gordura em suas artérias do que as que não tomam o medicamento. Com o uso a longo prazo, as taxas aumentam significativamente: de 20% a 30% por década de consumo. Isso ocorre porque o sangue entra em estado de hipercoagulabilidade, ou seja, fica mais espesso.

As complicações, no entanto, podem ser fatais, conforme comenta o cardiologista e clínico geral do HCor, Abrão Cury: "Os hormônios presentes nas pílulas anticoncepcionais favorecem a contração dos vasos sanguíneos e aceleram a formação de coágulos, comprometendo a circulação do sangue. Este é o típico quadro de arteriosclerose, que aumenta as chances do infarto ou derrame".

Para evitar os possíveis efeitos adversos, é importante procurar orientação de um profissional para que seja feita uma avaliação precisa da condição de saúde da paciente, para considerar possíveis fatores de risco e predisposição genética para algumas doenças.

"O problema é que, em mais de 90% dos casos, as mulheres não sabem que possuem propensão a desenvolver algumas doenças cardiovasculares. O médico precisa de um diagnóstico preciso, antes de prescrever o tipo correto de anticoncepcional, sem oferecer riscos à paciente", recomenda Cury.

Fatores de risco
Obesidade, tabagismo, pressão alta e diabetes são alguns dos principais fatores de risco que, associados ao uso de pílulas anticoncepcionais, aumentam as chances de AVC, infarto e trombose.

Tabagismo: as substâncias do cigarro afetam as funções do sistema vascular arterial, favorecendo o acúmulo de gordura e colesterol nos vasos. Já os hormônios presentes nas pílulas favorecem a coagulação do sangue, elevando – e muito - as chances de um AVC, infarto ou trombose.

Hipertensão: o coração das mulheres hipertensas, normalmente, fica hipertrofiados. Isso ocorre devido ao grande esforço para bombear o sangue nas artérias que, com o tempo, perdem sua elasticidade, favorecendo o seu entupimento e o seu rompimento, levando a um quadro de AVC.

Obesidade: o tecido adiposo em excesso produz mais de 15 substâncias que interferem no funcionamento do organismo como um todo, inclusive nos níveis hormonais.

Diabetes: o excesso de hormônio presente nas pílulas dificulta a ação da insulina – hormônio responsável pela absorção de açúcar no organismo. As consequências vão de uma magreza excessiva à arteriosclerose.

Alerta
Quem utiliza a pílula deve procure imediatamente um médico se:
Aparecer ou agravar a dor de cabeça com sinais neurológicos;
Tiver hemorragias;
Sentir dor abdominal de causa indeterminada;
Ocorrer alteração visual de aparecimento súbito;
Houver dor e sensação de penso nos membros inferiores.

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