terça-feira, 8 de outubro de 2019

Cardiologista alerta sobre o excesso de gordura abdominal e riscos cardíacos

Redação

Na semana em que se comemora o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade (11 de outubro), o cardiologista e supervisor da Cardiologia Clínica do HCor, Ricardo Pavanello, reforça o alerta para a população quanto aos riscos de doenças cardiovasculares, causados pelo acúmulo predominante de gordura na região abdominal.

“A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que a medida da circunferência abdominal igual ou superior a 94 centímetros (cm) em homens e 80 cm em mulheres já aumenta o risco, especialmente para doenças ligadas ao coração", explica o cardiologista  Ricardo Pavanello | Foto: Freepik

"A concentração de gordura no abdômen favorece a proliferação do processo inflamatório, que afeta os vasos sanguíneos e acelera a formação de placas de gorduras que dificultam a passagem do sangue - principal causa do infarto agudo do miocárdio e do AVC (Acidente Vascular Cerebral)", explica Pavanello.

Então, a gordura localizada no abdômen é considerada um importante fator de risco para doenças cardiovasculares. Habitualmente encontra-se associada com níveis altos de triglicerídeos, baixos níveis do bom colesterol (HDL), resistência à ação da insulina com elevação dos níveis do açúcar no sangue (diabetes). "A gordura abdominal é responsável, também, por causar o aumento da gordura no fígado e, frequentemente, está associada com a hipertensão arterial e aumento da viscosidade do sangue", esclarece o cardiologista.

De acordo com Pavanello, a obesidade é causada pelo excesso alimentar combinado a vida sedentária. Além disso, contribuem também fatores genéticos, neurológicos, psicológicos, metabólicos e socioeconômicos. Se uma pessoa tem uma dieta rica em gordura saturada (que é encontrada principalmente em produtos de origem animal) pode ocorrer um aumento da taxa de colesterol no sangue, principal causa da formação de placas de gordura nas artérias. "Com esse acúmulo, as artérias coronárias vão se tornando mais estreitas, além de diminuir o fornecimento do sangue para o músculo cardíaco", detalha o especialista.

O coração do obeso

A obesidade e o excesso de peso causam mudanças importantes na estrutura e no tamanho do coração, além de comprometer seu funcionamento. A lógica é a seguinte: quanto maior é o sobrepeso, maior é o esforço do coração para conseguir bombear o sangue. "O acúmulo de células gordurosas aumenta o risco de entupimento das artérias, dificultando o desempenho adequado do coração", afirma Pavanello.

Se tratados os fatores de risco, a chance de as placas de gordura que estão depositadas nas artérias inflamarem diminui consideravelmente. Seja qual for o método de tratamento utilizado, estas placas permanecem nos vasos, porém numa condição estável, diminuindo as chances de ocorrer eventos adversos no coração.

Prevenção e tratamento
A obesidade é uma doença crônica e exige tratamento sério e contínuo. Assim, a combinação de atividade física e dieta equilibrada é o melhor tratamento. "Além de perder peso, com pequenas mudanças no estilo de vida é possível reduzir em até 60% o risco de desenvolver doenças cardiovasculares importantes", afirma Pavanello.

Como identificar o excesso de peso

É possível identificar o excesso de peso baseando-se no índice de massa corporal (IMC). O cálculo é feito dividindo o peso (em quilogramas) pela altura (em metros) ao quadrado. Esta fórmula possibilita diagnosticar se uma pessoa tem um peso normal (IMC de 20 a 25), se está com sobrepeso ou excesso de peso (IMC de 25 a 30) ou ainda, se está obesa (IMC superior a 30). A gravidade da obesidade é dividida em grau I (moderado excesso de peso) quando o IMC está entre 30 e 34,9; grau II (obesidade leve ou moderada) com IMC entre 35 e 39,9 e, por fim, grau III (obesidade mórbida) na qual IMC ultrapassa 40.


Gordura na barriga, perigo à vista!
Quando a gordura se acumula entre os órgãos do abdômen ela se torna perigosa. Este tipo de gordura está por trás de muitos males fatais associados à obesidade. Na avaliação do tamanho da cintura dos brasileiros feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a conclusão foi que 37,7% da população tem cintura aumentada, o que também eleva riscos de doenças cardiovasculares e diabetes.

Entre as mulheres, o problema foi bem mais prevalente: 52,1% das mulheres e 21,8% dos homens têm o problema. "A medida da circunferência abdominal reflete de forma indireta o conteúdo de gordura entre os órgãos da região. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que a medida igual ou superior a 94 centímetros (cm) em homens e 80 cm em mulheres já aumenta o risco - especialmente para doenças ligadas ao coração", detalha Pavanello.

Dicas para o controle da obesidade
"Manter um controle nutricional adequado e praticar exercícios físicos regularmente são capazes de reduzir em até 50% o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Por isso, vale a pena adotar hábitos de vida saudáveis, praticar atividade física com frequência (30 minutos de caminhada diária), dar preferência para os alimentos sem gordura, bem como para o consumo de verduras, frutas e legumes", aconselha o cardiologista.

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