Dia do Professor: desafios para os novos modelos de educação

Redação

O Dia do Professor, 15 de outubro, é marcado por homenagens em todo o Brasil. Há diferentes versões para a atribuição desta data aos profissionais responsáveis pelo desenvolvimento da educação no País. Para o especialista em Inovação, professor e palestrante Marcelo Pimenta, no cenário do Mundo VUCA (volatility, uncertainty, complexity e ambiguityf, que na tradução livre do inglês para o português significa volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade), o professor deixa o papel do único detentor do conhecimento, para ser um orientador.

Para o especialista Marcelo Pimenta, o método tradicional de ensino deve ser repensado, assim como a dinâmica e os métodos de avaliação | Foto: Freepik

No entanto, os trabalhos do professor na atualidade perpassam por muitos outros desafios, que tangem à configuração do que se entende, hoje, do processo ensino-aprendizagem.

O acesso à informação é outro detalhe, as coisas acontecem em extrema velocidade, e o aluno é mais do que uma figura central desse processo: o professor precisa adequar-se ao novo “indivíduo conectado”. "Ele passa a ser um orientador, que aponta algumas direções, tira dúvidas, oferece problemas e desafios de forma que o próprio aluno tenha autonomia para encontrar a solução”, explica Pimenta.

Assim, o especialista classifica o processo ensino-aprendizagem do Mundo Vuca em sete diferentes aspectos: aprender a aprender; aprender a desaprender, o professor como facilitador; o estudante como protagonista; o  engajamento, experiência, a gamificação como essenciais neste processo; o valor da experiência emocional na educação, e a conexão entre o online e o off-line.

Para o especialista, o método tradicional de ensino deve ser repensado, assim como a dinâmica e os métodos de avaliação, pois quanto mais o aluno for exposto as situações parecidas com a realidade do mundo, melhor preparado ele estará e menos propenso a decepções e frustrações.

 “A antiga sala de aula com carteiras enfileiradas deve ser urgentemente repensada, assim como a dinâmica e os métodos de avaliação. Como as informações em si estão distribuídas e acessíveis a todos, o aluno também é um agente dentro da sala de aula, que acrescenta, atualiza, recorre às suas experiências para criar um ambiente totalmente inovador e sem um padrão pré-formatado de aprendizado”, aposta Pimenta.

Para ele, em uma perspectiva ampla, pode-se afirmar que a educação já vem se adaptando a todas essas transformações, mas ainda há um bom caminho pela frente: o de compreender o quando é preciso repensar os velhos paradigmas do processo de educação.

“Tentar frear as transformações será em vão, portanto sofrerá menos quem se adaptar mais rápido ao mundo VUCA e todas as oportunidades e avanços que ele tem a nos oferecer”, avalia Pimenta.

Origem da data

Algumas menções dão conta que a origem da homenagem se daria pelo fato que, em 15 de outubro de 1827, o imperador D. Pedro I teria instituído um decreto oficializando o Ensino Elementar no Brasil, com a instituição das escolas de primeiras letras em todos os vilarejos e cidades do País.
Outras fontes apresentam a figura do professor paulista Salomão Becker, quem em 1947 teve a ideia de criar a data para uma confraternização entre os mestres. A motivação central se daria pela necessidade de uma pausa no segundo semestre, quando os docentes estariam muito sobrecarregados de aulas.

Há ainda uma menção ao ano de 1963, quando a data foi oficializada pelo decreto federal nº 52.682. No documento, o art. 3º, detalha que “para comemorar condignamente o dia do professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo delas participar os alunos e as famílias”. O responsável por aprovar esse decreto teria sido de autoria do presidente João Goulart.