Pesquisa divulgada pela Universidade King’s College, de Londres (Inglaterra) reforça que a poluição do ar afeta negativamente a saúde cardiovascular dos seres humanos, podendo causar desde infarto até Acidente Vascular Cerebral (AVC). De acordo com o estudo, na Europa são quase 500 mil mortes ligadas aos efeitos deste mal por ano. Nesta terça-feira (29) é celebrado o Dia Mundial de Combate ao AVC, data na qual se reforça as formas de prevenção da doença.
Segundo o presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), José Francisco Kerr Saraiva, nas cidades em que há maior concentração de poluentes observa-se mais casos de arritmias, aumento da pressão arterial e aterosclerose, além das paradas cardíacas e dos derrames. “O primeiro efeito, e mais claro, é que as substâncias entram em contato com o sistema respiratório do paciente. As partículas podem, também, entrar na corrente sanguínea e provocar gravíssimas inflamações em órgãos como o coração e o cérebro, além dos vasos sanguíneos”, explica o especialista. De acordo com o Ministério da Saúde, as enfermidades cerebrovasculares matam, em média, 100 mil pessoas no mesmo período no Brasil.
Os pesquisadores de Londres utilizaram dados das chamadas de emergência ao longo dos anos e, então, compararam com a média de pedidos de socorro dos dias em que a poluição estava acima dos níveis permitidos com os normais. Nos períodos em que o ar ficou em piores condições, houve 124 ligações extras relatando paradas cardíacas e 231 a mais por AVC.
Segundo o cardiologista, o derrame acontece por conta de alterações do fluxo de sangue ao cérebro e pode ser originado a partir de obstrução ou ruptura de vasos sanguíneos. No primeiro caso, correspondente a 80% do número de AVC no País, ocorre o acidente vascular isquêmico. No segundo, o hemorrágico. Ambos têm grandes chances de causar óbito no paciente acometido. Caso haja suspeita de ocorrência de AVC, deve-se chamar por ajuda médica com urgência para diagnóstico e início do tratamento o mais rápido possível.
“Além da poluição do ar, deve-se combater outros fatores de riscos bastante conhecidos como tabagismo, diabetes, consumo de álcool e drogas, estresse, colesterol elevado, sedentarismo e hipertensão. É notório que pessoas saudáveis têm mais condições de enfrentar problemas ambientais do meio urbano”, finaliza Saraiva.
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