quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Segurança digital: aplicativo que compara usuário a celebridade pode “custar caro”, afirma especialista

Redação

Com mais de 1 milhão de downloads em apenas uma semana na Play Store, o aplicativo fenômeno de popularidade Gradient - que mostra com qual celebridade o usuário se parece - tem levantado desconfiança quanto à segurança de dados pessoais na internet, de acordo com o doutor em Direito Digital pela Universidade de São Paulo (USP) e sócio do Bulgueroni Advogados, Marcelo Bulgueroni.

O aplicativo “sobe” as imagens do usuário para um servidor. A partir daí é impossível ter controle sobre o tipo de uso que será feito com a informação compartilhada, alerta o advogado Marcelo Bulgueroni | Foto: divulgação 

Segundo técnica similar de outro aplicativo que viralizou na rede, o FaceApp - que envelhecia o rosto do usuário e foi tido como uma ameaça à privacidade dos internautas -, a nova brincadeira digital têm merecido a atenção de especialistas por se basear no chamado machine learning, com o envio das imagens aos servidores.

Os vários recursos de edição colocados à disposição do usuário (incluindo o “transformador em celebridade”) só é acessível por meio de uma assinatura mensal (que varia de R$ 16 ou R$ 78 por ano). Para atrair e aumentar as chances de converter o usuário, após o upload das fotos, ele é convidado a testar o serviço por alguns poucos dias, gratuitamente.

Segundo Bulgueroni, além de não ficar totalmente clara a cobrança e cancelamento, o internauta precisa refletir sobre a sua disposição em trocar dados pessoais por uma brincadeira. Ele explica que para realizar a transformação, o aplicativo “sobe” as imagens do usuário para um servidor. A partir daí é impossível ter controle sobre o tipo de uso que será feito com a informação compartilhada, o que acaba colocando o usuário em situação de vulnerabilidade.

Entre os tipos de riscos que podem ocorrer, o especialista destaca o uso de reconhecimento facial, compartilhamento de bases de dados e até situações que envolvam montagens com finalidades obscuras.

Bulgueroni destaca, ainda, que não há informação assertiva sobre o fabricante, seu paradeiro e nem histórico de outros aplicativos fabricados, o que também deveria ser alvo de atenção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Coop promove ações gratuitas de saúde no ABC e interior

Redação Em janeiro, a Coop - Cooperativa de Consumo realizará a primeira edição de 2020 da Blitz da Saúde, programa social voltado aos mo...