quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Especialista comenta introspecção infantil

Redação

A introspecção é um traço de personalidade mal compreendido e, algumas vezes, é confundido, até mesmo, com arrogância. De acordo com o psicólogo e pesquisador Jonathan Chick, do Hospital Castle Craig, no Reino Unido, é possível que existam quatro tipos de introvertidos: sociais, pensantes, ansiosos e reservados. Essa linha de reflexão pode desmistificar o que se imagina sobre as pessoas introspectivas, inclusive por parte dos pais.

A psicóloga Camila Cury comenta que: “Os pais precisam entender que essa é apenas a natureza dele e não há nenhum problema em ser assim (introspectivo), desde que a pessoa não sofra com isso | Foto: Freepik

Os sociais têm um perfil mais falante, dão risadas e chegam a contar piadas, porém escolhem amigos com cuidado e se abrem com poucos. Os ansiosos costumam ser mal compreendidos e buscam a solidão, pois a companhia de outras pessoas os deixa assustados. Já os pensantes nem percebem a presença dos demais ao redor e podem permanecer por horas imersos em seus pensamentos. Por último, para os reservados a ideia de se relacionar não chega a ser assustadora, mas gostam de analisar tudo e pensar com bastante cuidado antes de se comunicar.

A psicóloga e presidente da Escola da Inteligência, Camila Cury, comenta que os pais muitas vezes não compreendem a personalidade do filho.  “Logo na infância o pai ou a mãe tem o costume de incentivar alguns comportamentos dos filhos, sem ter a sensibilidade e o cuidado de analisar se aquilo tem relação com a personalidade da criança ou não. É comum os pais insistirem para os filhos cumprimentarem todas as pessoas no ambiente, forçarem para ficarem em grupo com os amigos ou não se isolarem, por exemplo”, explica.

Então, a preocupação aumenta significativamente quando essas crianças chegam à adolescência e os traços da personalidade começam a ficar mais sólidos e evidentes. A pessoa mais introspectiva tem algumas características como eleger apenas um ou dois amigos para ter um relacionamento, preferem assistir a filmes sozinhos e não em família, e não gostam de programas coletivos.

“Os pais precisam entender que essa é apenas a natureza dele e não há nenhum problema em ser assim, desde que a pessoa não sofra com isso. O papel deles é conduzir a criança para que se sinta segura em ser o que é e se desenvolva como indivíduo, tenha liberdade dentro das suas peculiaridades, sem o receio de ser julgado ou mesmo rejeitado”, afirma Camila.

Ainda assim, a família de um modo geral, pode propor para essa criança ou adolescente a experiência de estar mais perto, de criar novos vínculos, fazer novos amigos e desenvolver mais afetividade, desde que isso seja feito sem pressão, com empatia.


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