segunda-feira, 18 de março de 2019

Especialista fala sobre a proibição de formol como alisante de cabelo

Da Redação

O uso do formol (formaldeído) nos salões de beleza, especialmente em alguns procedimentos de alisamento dos cabelos, é uma discussão ainda presente, que impacta diretamente a saúde dos profissionais e clientes. A diretora executiva do Instituto Harris, referência em avaliação da segurança dos ingredientes e produtos cosméticos, Maria Inês Harris, explica as razões para a proibição do uso da substância em procedimentos de beleza e comenta que existem locais que ainda a utilizam.

O formol pode causar desconforto nas narinas, dores de cabeça e sensação de sufocamento, no longo prazo, os prejuízos podem ser mais graves | Foto: divulgação  
Isso porque não existe uma quantidade mínima segura para a incorporação da substância na fórmula dos produtos cosméticos. Ainda assim, pelo Brasil afora, há estabelecimentos que ignoram os riscos e seguem utilizando produtos que contém esta substância.

O formol é considerado cancerígeno pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Pesquisa realizada em 2018 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revela que o formol ainda é utilizado profissionalmente em quantidades acima do limite estabelecido pela Agência (RDC 15/2013). Atualmente, é permitido até 0,2% na composição total de produtos para cabelos e até 5% em fortalecedores de unhas. Outro dado apontado pelo levantamento é que o teor excessivo de formol pode estar presente no produto desde seu processo de fabricação, ou ser adicionado aos produtos dentro dos salões de beleza.

“Produtos alisantes de cabelo vêm sendo adulterados em indústrias e salões com a adição do formol, o que é proibido e pode resultar em ações drásticas da Anvisa. As consequências no curto prazo desse uso imprudente para a população e, principalmente, para os profissionais expostos continuamente, são problemas de pele como irritações oculares e no couro cabeludo, lesões profundas ou descamativas, queda de cabelo, entre outras", afirma Maria Inês.

Uma das justificativas para o uso indiscriminado do composto é o fato de o percentual da substância preconizado pela Anvisa (0,2%) não ser comercialmente vantajoso, uma vez que não tem potencial alisante e apenas conserva a fórmula.

Segundo a especialista, quando aspirado, o formol ainda pode causar desconforto nas narinas, com ocorrência de coriza, tosse, dores de cabeça e sensação de sufocamento. "No longo prazo, os efeitos podem ser ainda mais dramáticos, como cegueira, comprometimento das vias aéreas, levando à pneumonia e câncer", alerta.

O trabalho realizado pela Anvisa ainda apontou que a grande quantidade de estabelecimentos de beleza no País é um desafio para o controle e diminuição do uso de formol em alisamentos. Segundo o relatório, medidas socioeducativas adotadas pelas Vigilâncias Sanitárias, como palestras, panfletos e orientações no momento da inspeção, colaboram para a redução do uso irregular da substância nos salões.

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