Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a enxaqueca (ou migrânea) atinge um homem a cada duas mulheres, no Brasil são cerca 30 milhões de pessoas afetadas. No mundo, é a terceira doença mais prevalente e ocorre no auge da idade produtiva, entre os 35 e 45 anos. O neurologista da Sociedade Brasileira de Cefaleia, Mario Peres, comenta a doença, que pode estar associada à hereditariedade, ou variações hormonais que as mulheres enfrentam ao longo da vida.
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| As injeções de erenumabe devem chegar ao Brasil neste semestre | Foto: Freepik |
A OMS aponta a enxaqueca como a sexta doença mais incapacitante no mundo e pode gerar impactos diretos na vida pessoal e profissional. Estima-se que os custos diretos e indiretos da enxaqueca, incluindo a perda de produtividade, chegam a 27 bilhões de euros na Europa e 20 bilhões de dólares nos Estados Unidos por ano.
Inovação no tratamento
A boa notícia é que com os avanços da medicina, tratamentos cada vez mais específicos são lançados. É o caso da enxaqueca, que contará com o lançamento da molécula erenumabe, tratamento biológico capaz de bloquear diretamente o ciclo da doença com ação profilática, ou seja, reduzir ou evitar o início e a ocorrência das crises. O novo tratamento, já aprovado em 2018 nos Estados Unidos (FDA) e na Europa (EMA), deve chegar ao Brasil ainda neste semestre.
"Um dos principais diferenciais da medicação é que ela praticamente não oferece efeitos colaterais. O fármaco, aplicado via injeção subcutânea, é um anticorpo monoclonal sintetizado em laboratório. Os anticorpos acabam sendo direcionados para o bloqueio da CGRP, molécula do Sistema Nervoso relacionada à enxaqueca; quando a nova molécula se associa à CGRP há diminuição das crises", explica Peres.
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