A dor é um sintoma que funciona como uma “campainha natural que apita”, quando algo em nosso organismo não funciona como deveria. Mas quando ela se torna crônica, costuma ser extremamente incapacitante, afetando o aspecto físico, mental, e até social, dos indivíduos. E isto é ainda mais agravante quando ela acomete populações vulneráveis.
Dor crônica tem protocolo de tratamento multidisciplinar e multiprofissional sobre o paciente | Foto: reprodução |
De acordo com o neurocirurgião funcional do Hospital 9 de Julho e especialista no tratamento da dor pela Associação Médica Brasileira (AMB), Claudio Corrêa, o tema é de grande relevância, porque envolve especificidades destes grupos de pessoas, tanto sobre a sua vulnerabilidade para fatores que podem mais facilmente levar a quadros de dor (especialmente doenças), bem como sobre a forma de condução de seus tratamentos.
“É importante destacar que toda dor crônica condiciona a aspectos multifatoriais de grande grau de comprometimento funcional e, por isso, já requer, por protocolo, um cuidado multidisciplinar e multiprofissional sobre o paciente. No entanto, nos grupos de maior vulnerabilidade esta condição exige ainda mais atenção para aspectos como imunidade, efeitos adversos, suscetibilidade a interações medicamentosas, entre outros”, relata o médico.
Outro ponto comum a observar nestes grupos é a maior dificuldade de se comunicarem de modo efetivo, tanto com aqueles que estão em seu convívio como com médicos e profissionais de saúde. Isto pode dificultar a sua avaliação, diagnóstico e a adesão ao tratamento. Não à toa, mais de 30% da população mundial abandona o tratamento em médio e longo prazo.
Estes aspectos também justificam a inserção do atendimento integral ao indivíduo, envolvendo medicamentos bem direcionados, fisioterapia e prática de atividades físicas de reabilitação, além do acompanhamento psicológico. “Não são raros os relatos de depressão decorrentes de dor crônica.
Assim, é instituído o protocolo de terapias convencionais que vai agregando propostas complementares, incluindo procedimentos cirúrgicos, que podem ser realizados para o implante no corpo de bombas de analgésicos mais específicos e potentes, como os opioides, assim como procedimentos ablativos para a interrupção de conexões neurológicas condutoras da via de dor, entre outras”, relata Corrêa.
Em todos os casos, é importante que o paciente persista em seu tratamento, lembrando que como toda doença crônica, e, portanto, sem cura, é preciso ajustes ao longo do processo, para buscar a manutenção da funcionalidade e da qualidade de vida.
Para esclarecer sobre tudo o que compreende o universo da dor crônica, suas causas, sintomas, consequências e principais linhas de tratamento, o neurocirurgião desenvolveu o Guia Tudo sobre Dor.
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