quinta-feira, 27 de junho de 2019

Crianças e animais são as principais vítimas da queima de fogos

Redação

Faz parte da tradição das festas juninas soltar fogos de artifício e acender a fogueira. Os fogos podem dar um charme especial a festa, mas há várias razões para se abolir de vez o costume. O primeiro motivo é que o barulho causado pelas bombas aterroriza os animais, que têm a audição muito mais apurada em relação a do ser humano. Isso pode levar a crises nervosas, convulsões, fugas e até à morte, no caso dos cães com doenças cardíacas. Já os bebês e crianças pequenas correm riscos também, segundo a fonoaudióloga Marcella Vidal, da Telex Soluções Auditivas.

O comércio já oferece opções de fogos de artifícios que não emitem som | Foto: reprodução

O som forte produzido durante a queima dos fogos também pode causar danos irreparáveis ao sistema auditivo dos indivíduos, como perda de audição severa, uni ou bilateral, temporária ou – nos casos mais graves – definitiva e irreversível. O principal sintoma de que algo está errado é o aparecimento imediato de zumbido. Os bebês e crianças pequenas correm ainda mais riscos, segundo a fonoaudióloga.

"A imaturidade auditiva dos primeiros 18 meses de idade pode fazer com que haja lesão na cóclea – órgão localizado na orelha interna – se a criança for exposta a sons muito altos ou passar muito tempo em ambiente barulhento. Essa lesão pode passar despercebida no momento da festa. No entanto, pode dar início a um processo de perda de audição, uma vez que as células auditivas, quando morrem, não são repostas pelo organismo", explica a especialista.

As crianças podem manifestar, no choro, o que estão sentindo. O pior é que, na maioria das vezes, os pais não se dão conta do estrago que os fogos podem ter acarretado ao sistema auditivo de seus filhos.

Já a presidente da Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA), Silvana Andrade, comenta a situação dos animais. "Nas festas juninas e comemorações como finais de campeonatos esportivos importantes, além das festas de fim de ano, se faz amplo uso de fogos e rojões. Percebemos um aumento nos relatos de fuga, acidentes graves e fatais de animais. Muitos, em seu desespero, são atropelados, enforcam-se na guia, se machucam severamente na tentativa de escapar. É perfeitamente possível divertir-se sem desrespeitar o direito dos outros seres vivos. Muitas cidades no mundo e, inclusive, no Brasil, já aboliram fogos com barulho", afirma.

Por isso, é tão importante ficar longe dos fogos, uma vez que o ruído – principalmente o dos rojões – pode atingir mais de 120 decibéis, mesmo a uma distância superior a três metros de onde o artefato está sendo aceso. O limite seguro de exposição aos sons é de 85 decibéis, de acordo com os especialistas. Para mais segurança, os adultos devem ficar pelo menos a 20 metros da explosão dos fogos, enquanto as crianças devem ser mantidas a uma distância de 50 a 60 metros.

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