O Dia Mundial da Voz é celebrado em 16 de abril. A fonoaudióloga do Hospital Cema, Thaís Palazzi, explica que as emoções influenciam na fala e que podemos identificar sentimentos apenas pela voz. Mas também é possível “treiná-la” e disfarçar, por exemplo, a ansiedade.
"Tudo no ser humano é refletido para o mundo exterior, assim, estados de tensão, medo, ansiedade, insegurança e excitação são, muitas vezes, traduzidos pela voz. As emoções podem ser percebidas em variações muito sutis de fala, de frequência, velocidade e melodia", explica Thaís.
"Quando uma pessoa está alegre, a voz tende a soar mais alta e fina", exemplifica a fonoaudióloga Thaís Palazzi | Foto: Freepik |
O ato de falar é bastante complexo e envolve muito mais do que o ressoar das cordas vocais. Existem três dimensões no processo de fala: orgânica (condições biológicas da pessoa), psíquica (condições subjetivas da pessoa) e social (a cultura com suas tradições, mitos, ideologias que envolvem e afetam o indivíduo). Embora sejam bem sutis, as emoções podem ser "traduzidas" pela forma como o indivíduo está falando.
"Quando uma pessoa está alegre, a voz tende a soar mais alta e fina, bem como a falar mais rápido. Já quando está triste, tende a falar mais lentamente e com tom mais grave. Quando fica nervosa, a voz pode ficar trêmula. A rouquidão sugere esforço e cansaço, ressonância equilibrada demonstra equilíbrio emocional, articulação precisa pode transmitir clareza de ideias e pensamentos e fala acelerada pode demonstrar ansiedade ou nervosismo", exemplifica a fonoaudióloga.
Essa associação do estado emocional com a forma de falar pode ser tão forte, dependendo da intensidade e qualidade da emoção, que a voz pode ficar "rouca" e até "sumir", provocando um quadro de disfonia. Nessa situação, o recomendado é procurar ajuda de um médico. O tom de voz entra nessa conta como um dos elementos com maior influência sobre a comunicação dos seres humanos.
Além disso, é possível também "treinar" para evitar que o ouvinte saiba o que o interlocutor está sentindo, segundo Thaís. “Existem treinamentos fonoaudiológicos específicos, por meio da prática de alguns exercícios de respiração, fala e articulação".
Vale ressaltar que a voz precisa de cuidados frequentes, como alimentação balanceada, ingestão de bastante água, evitar gritar, falar de modo pausado e evitar uso de bebidas alcoólicas e cigarro.
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