terça-feira, 23 de abril de 2019

Pessoas com dermatite atópica perdem até um mês de trabalho no ano por conta da doença

Redação

Pessoas com dermatite atópica moderada a grave faltam no trabalho cerca de 21 dias por ano, devido aos sintomas da doença, segundo pesquisa realizada entre 23 de julho e 16 de agosto de 2018 pelo Instituto Ipsos com 199 pacientes. O levantamento foi feito a pedido da Sanofi, em parceria com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) e com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

A dermatite atópica é causada por um desequilíbrio do sistema imunológico | Foto: reprodução

Ainda de acordo com o estudo, 100% dos pacientes com dermatite atópica moderada a grave tiveram uma crise nos últimos cinco anos e 24% têm crises mensais decorrentes da doença, sendo a coceira o sintoma que mais incomoda.

O estudo foi realizado em 11 cidades brasileiras (Manaus, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e Goiânia), com erro amostral de 6,9 pontos percentuais. 

Para a líder médica de área terapêutica da Sanofi, Suely Goldflus, entre os principais impactos da dermatite atópica estão coceira intensa e feridas que podem até chegar a infeccionar, causando desconforto nas atividades básicas do dia a dia.

"Um dos destaques dessa pesquisa é o foco nos pacientes adultos, que convivem com a doença há muitos anos e enfrentam desafios ligados à vida profissional. Imagine não poder dormir com tranquilidade por várias noites, ter dificuldade para escolher uma roupa que fique confortável, ser julgado por conta das lesões na pele e, em muitos casos, ter que se ausentar do trabalho ou dos estudos. Essa é uma realidade constante para o paciente com dermatite atópica moderada a grave", comenta Suely.

A especialista ainda reforça que este é o primeiro levantamento brasileiro que mostra os impactos da dermatite atópica nos entrevistados e os desafios encontrados por eles para chegar ao diagnóstico e receber o tratamento adequado.

Crises provocam custos diretos e indiretos
A dermatite atópica é causada por um desequilíbrio do sistema imunológico que gera uma inflamação nas camadas mais profundas da pele, resultando em lesões e coceira muito intensa, segundo a imunologista e coordenadora da Comissão de Dermatite Atópica da Asbai, Márcia Mallozi.

“Quando descrevemos a doença e seu mecanismo de ação, dificilmente imaginamos que essa seja uma doença que leve a internações hospitalares, mas não são raros os casos de pacientes que desenvolvem infecções na pele, sendo que muitos precisam ser tratados em ambiente hospitalar", conta Márcia.

De acordo com a pesquisa, 6% dos pacientes com dermatite atópica moderada a grave já precisaram ser internados por conta da doença. As internações levam, em média, nove dias e em 33% dos casos o motivo da internação é a presença de quadro infeccioso.

No caso das internações, 50% dos casos foram pagos por convênio médico dos pacientes. Já as internações pelo SUS representaram 42% dos casos, enquanto o índice de internações particulares foi de 8%. "Quando a dermatite atópica não está adequadamente controlada, ela gera custos para os sistemas de saúde público e privado, além de comprometer a qualidade de vida do paciente", comenta Márcia.

Doença abala saúde emocional dos pacientes
De acordo com o levantamento, 35% dos pacientes com dermatite atópica já sofreram algum tipo de preconceito. A discriminação ocorre em ambientes variados, como no transporte coletivo (49%), no local de trabalho (44%) e em escolas ou faculdades (34%).

Entre os dados revelados pela pesquisa, merece atenção o fato de que 12% dos pacientes com dermatite atópica moderada a grave já perderam a vontade de viver em decorrência da doença, o equivalente a um em cada 10 entrevistados. O mesmo percentual já recorreu a alguma dependência para lidar com a doença, sendo as fugas mais citadas pelos entrevistados o fumo (56%) e a bebida alcoólica (25%).

Desafios do diagnóstico e tratamento
A pesquisa mostrou que a jornada do paciente com dermatite atópica é longa e desgastante: os pacientes chegam a passar por três diferentes especialidades médicas até receberem o diagnóstico correto, processo que pode levar até um ano. O levantamento mostrou também que 33% dos pacientes receberam outro diagnóstico antes, sendo 48% para alergia e 15% para psoríase.

Em relação a tratamento, os dados apontam que 64% dos pacientes usam hidratantes de forma contínua, sendo 85% dos casos prescritos pelos médicos. Além disso, um a cada sete pessoas usa corticoides por cerca de um ano ou mais. Mesmo assim 52% dos entrevistados não costumam acompanhar a dermatite atópica com um especialista.

"Esses dados são preocupantes, pois podem indicar um comportamento perigoso, a automedicação. Medicamentos com corticoides devem sempre ser prescritos e acompanhados por um médico, que indicará o tempo de uso e a dose correta, além de monitorar o paciente para eventuais riscos. Nunca se deve usar um medicamento que um amigo usou, pois cada pessoa reage de forma diferente", alerta Márcia..

Já em relação ao uso de imunossupressores, a pesquisa mostrou que 11% dos entrevistados fazem uso deste tipo de medicamento atualmente.


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