segunda-feira, 29 de abril de 2019

Veterinária fala sobre alimentação natural para animais

Redação

Garantir que um cão ou gato se alimente bem é uma das principais preocupações para quem tem um pet. Uma dieta equilibrada e rica em nutrientes evita uma série de doenças. Na hora de escolher o alimento as opções são muitas. Uma das opções é a alimentação natural para pets. Por ser um assunto relativamente novo, a veterinária Livia Romeiro, do Vet Quality Centro Veterinário 24h, esclarece algumas dúvidas.

Quem optar em mudar o cardápio de um animal, deve consultar médicos veterinários especializados em nutrição | Foto: Freepik

Qual é a base da alimentação de um animal?
Cães e gatos são fisiologicamente carnívoros. Por isso, a alimentação deve ser preparada com a composição adequada de proteína animal. Os cachorros são descendentes de lobos e seu código genético é muito próximo aos amigos da alcateia.

Os gatos são carnívoros estritos e necessitam de mais proteínas do que os humanos. A menor quantidade de dentes molares e pré-molares em comparação com os cães, estômago reduzido e intestino curto não combinam com excesso de fibras e carboidratos.

O que é alimentação natural para pets?
É uma alternativa de dieta balanceada, criada com ingredientes naturais cozidos e congelados. Mas isso não significa  poder oferecer para um pet o mesmo alimento que um ser humano come. A ideia de que os animais devem comer os restos do jantar está longe de ser saudável e segura.

Alimentação natural ou ração?
A alimentação natural foi, durante muito tempo, a única forma pela qual os pets se alimentavam. Quando eles passaram a fazer parte da família, comiam basicamente os restos de comida para humanos.

As rações industrializadas existem no mercado brasileiro há mais ou menos 50 anos. Elas são preparadas por meio de uma fórmula que contabiliza os nutrientes básicos que não podem faltar na dieta dos animais.

A diferença entre ambas é que os alimentos naturais são mais frescos e não possuem aditivos químicos, corantes ou estabilizantes. Além disso, as rações são compostas com uma quantidade maior de carboidratos em relação às proteínas e gorduras.

Quais são os nutrientes necessários para um animal?
Uma dieta equilibrada deve conter proteínas, gorduras de boa qualidade, carboidratos, fibras, vitaminas, minerais e água.  Também são necessários suplementos minerais para manter a porcentagem dos nutrientes que os pets precisam. Probióticos e pré-bióticos também devem ser adicionados. Eles mantêm o equilíbrio da flora intestinal.

Os ingredientes utilizados na alimentação natural para animais são os mesmos da alimentação para humanos. Mas, o preparo deve ser completamente diferente. Temperos, alho e cebola podem causar uma séria intoxicação.

Alguns alimentos da lista do que pode ser oferecido aos pets são:

Carnes- carne bovina, frango, carne suína, peru, cordeiro e coelho.

Vegetais- cenoura, abóbora, mandioquinha, batata, batata-doce, inhame, vagem, brócolis, chuchu abobrinha.

Suplementação nutricional – a suplementação vai depender da espécie, estado fisiológico, idade, sexo, condições em que vivem e que tipos de atividades praticam.

É possível escolher entre os três tipos de alimentação natural para pets: cozida, crua com ossos ou crua sem ossos.

A dieta crua com ossos contém carnes, ossos e vísceras cruz. A sem ossos é feita com carnes e vísceras cruas com vegetais e carboidratos cozidos. A dieta cozida é preparada com carnes, vísceras, vegetais e carboidratos cozidos.

É importante ficar atento ao uso de carboidratos. Como a proteína tem um custo alto, muitas pessoas acham que uma grande quantidade de carboidrato irá compensar. Mas isso é um erro que pode levar a problemas de obesidade e diabete.

Qual é quantidade certa de cada ingrediente?
A composição nutricional da comida natural para cachorro deve ser prescrita e assistida pelo médico veterinário nutricionista. Ele vai propor uma dieta de acordo com as características e necessidades nutricionais do pet.

É muito importante que, se você está pensando em oferecer alimentos naturais para um pet, buscar orientação especializada. O animal vai precisar de um tempo de adaptação e isso também é levado em conta na hora do preparo das porções.

Se a pessoa tiver mais de um bicho de estimação, pode ser que a mesma comida não sirva para todos. Tudo vai depender da predisposição genética, se tem doenças crônicas e, principalmente, se é gato ou cachorro.

Assim como ocorre com as rações, os alimentos naturais preparados para cães não devem ser consumidos por gatos. O contrário também não.

Como mudar a alimentação de um pet?
A transição não deve ser feita repentinamente. É necessário preparar o paladar e a fisiologia do animal, para que não haja problemas como diarreia, falta de vitaminas ou anemia.

O processo é menos complicado para os cães, que conseguem se adaptar em até duas semanas. Já os gatos podem levar meses para conseguir entrar em uma rotina alimentar sem ração.

É fundamental é respeitar o gosto e a saúde do animal, se ele estiver apresentando sintomas físicos de rejeição, sinais de desnutrição, ou se ele simplesmente não gostar da textura da comida, consulte o veterinário.

Não existe uma idade certa para a mudança de alimentação. No início, como o organismo precisa de um tempo para se adaptar, o animal pode ter sintomas de desintoxicação, como coceiras, fezes amolecidas, hálito forte e odor corporal.

A comida do animal pode ser preparada pelo dono?
O preparo da comida requer tempo e habilidades. Veja algumas dicas:

Cozinhe cada ingrediente separadamente e pese após o cozimento;
Cozinhe no vapor para preservar os nutrientes;
Não adicione sal, óleo ou ervas sem a autorização do médico veterinário;
Esse tipo de rotina é trabalhoso, mas há no mercado opções de alimentação congelada. No entanto, fique atento às normas de inspeção estadual e federal e tenha a garantia de que está em boas condições de conservação.

Para quem optar em mudar o cardápio de um animal, deve consultar médicos veterinários especializados em nutrição.

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