O leite materno é um recurso natural que oferece todos os ingredientes necessários até os seis meses de vida do bebê. Atualmente, apenas 38% dos bebês são alimentados exclusivamente pelo leite materno até os seis meses de vida, e só 32% são amamentados até os 24 meses. A consultora nacional de Alimentação e Nutrição da Organização Pan-Americana da Saúde, Alice Medeiros, comenta as metas globais de nutrição, para mudar estes índices.
Amamentar fortalece o sistema imunológico do bebê | Foto: Freepik |
“Em 2012, na Assembleia Mundial da Saúde foi pactuado o que a gente chama de metas globais para nutrição até 2025, umas delas é um aleitamento materno até os seis meses de 50% das crianças. Então, a gente espera que os países membros atinjam essa meta de crianças amamentadas até os seis meses”, afirma Alice.
Além disso, amamentar a criança até os dois anos de idade ajuda no desenvolvimento do sistema imunológico, além de prevenir doenças e fortalecer os vínculos entre mãe e filho. A coordenadora da Saúde da Criança do Ministério da Saúde, Janine Ginani, reforça a importância de começar a amamentação na fase inicial da vida, para reduzir a mortalidade infantil por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos.
“O aleitamento tem várias evidências científicas que demonstram a sua eficácia para combater várias doenças prevalentes na infância. Amamentar evita a mortalidade infantil, além de tudo evita questões que são recorrentes e que podem levar a mortalidade, como a diarreia e infecções respiratórias. Ela tem um impacto muito positivo na redução de alergias, isso tudo no contexto da criança”, explica Janine.
Um estudo publicado em 2016 pela revista The Lancet mostrou que 823 mil mortes de crianças e de 20 mil mães poderiam ser evitadas, por meio da amamentação em 75 países de baixa e média renda.
Para incentivar e informar os profissionais de saúde, pais e famílias sobre a melhor forma de apoiar o aleitamento materno, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) disponibilizaram a nova orientação com dez passos para aumentar o apoio à amamentação nas unidades de saúde, que prestam serviços de maternidade para recém-nascidos.
“Tem os dez passos que foram reatualizados no começo de 2018, que são orientações para que os serviços de saúde saibam lidar e tratar, e que tenham normas específicas de como orientar, proteger e promover esse aleitamento materno, que vai desde orientar os pais quanto ao aleitamento materno exclusivo até os seis meses, até orientar os profissionais de como lidar com essa família”, finaliza Alice.
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