sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Sesc São Caetano promove projeto que valoriza a mulher na literatura

Redação

O Sesc São Caetano (Rua Piauí, 554, bairro Santa Paula) realiza em setembro o projeto literário Mulheres que leem mulheres onde abortará o protagonismo feminino e a luta pela perspectiva social, na qual o gênero não subjugue o alcance da obra. Ler mulheres para saber como pensam, a partir da sua visão de mundo. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público geral, inclusive homens.

O Sesc São Caetano fica na Rua Piauí, 554, bairro Santa Paula | Foto: reprodução 

Dentre os clássicos da literatura, assim considerados, indicados pelos vestibulares ou encontrados nas empoeiradas estantes não atualizadas, constata-se um prejuízo em relação aos livros com autoria feminina. Relegadas ao longo da história aos afazeres domésticos, as mulheres nunca deixaram de participar em inúmeras áreas, incluindo a das produções literárias, sem serem, contudo, prestigiadas à altura de suas contribuições.

O projeto Mulheres que Leem Mulheres começou com uma iniciativa muito simples, o compartilhamento de vídeos celulares com leitoras elegendo escritos de suas autoras favoritas. A razão motivadora foi perceber que entre as mulheres, não só leitoras em maioria como educadoras e mediadoras de leitura, os nomes de autores homens eram recordados em número infinitamente maior do que os nomes de autoras mulheres.

Então, o projeto – que tem curadoria de Penélope Martins - provoca uma reflexão sobre a necessidade de lermos mais com lentes diversas, deixando que outros pontos de vista causem uma transformação profunda na leitura.

Programação
Mas o que é feminismo?
Com Íris do Carmo | De 10 a 24/9, terças, das 19h às 21h.
Feminismo é uma palavra que atualmente tem recebido muitos significados, mas o que realmente quer dizer? As oficinas têm o objetivo de introduzir os conceitos acerca das teorias e movimentos feministas, suas trajetórias, referências e impactos, e como palavras-chave como "gênero", "identidade", "patriarcado", "orientação sexual", "interseccionalidade" passaram a fazer parte do vocabulário de grupos e movimentos sociais, pesquisas científicas, produções artísticas e pessoas interessadas. *Não é necessário conhecimento prévio.

Literacia corporal por uma ginecologia autônoma
Com Carolina Fischmann | Dias 21 e 28/9 e 5/10, sábados, das 10h às 12h.
Literacia corporal é o processo de aprender a observar e interpretar os sinais do próprio corpo, para escolher conscientemente as melhores medidas de autocuidado. A partir de ferramentas de autopesquisa, a proposta é a construção de novos sentidos na relação consigo próprio por meio do corpo.

Crianças
História de mulheres fabulosas
Com Alexendra Pericão e Yohana Ciotti | De 7 a 28/9, sábados, das 12h às 13h.
Na série "história de mulheres fabulosas", as contadoras Alexandra e Yohana apresentam, de um modo lúdico, a vida de diferentes mulheres reais que foram importantes defensoras do direito das mulheres.

7/9 - "A Revolução de Saia"
Narra a história de Olympe de Gauges, autora da declaração dos direitos da mulher e da cidadã, e os contos "Uma fábula sobre a fábula" e "a princesa que foi educada como homem".

14/9 - "O que pensava a avó de Frankenstein"
É a história de Mary Wollstonecraft, autora do livro "reivindicações do direito da mulher", e os contos "A infinita fiandeira" e "as três elefantas".

21/9 - "Pão e Paz"
Conta a difícil história das mulheres russas que lutaram contra a fome e a guerra, e os contos "As longas colheres" e "Entre as folhas do verde O".

28/9 - "Domitila Quer Falar"
Narra a história de Domitila Chúngara que, ao lado de outras quatro mulheres, lutaram pelos direitos das mulheres bolivianas, e os contos "a fonte do fim do mundo" e "a dama repugnante".

Literatura
As mulheres e a escrita nas artes visuais
Com Janaína Tokitaka e Vanessa Fort, mediação de Penélope Martins | Dia 6/9, sexta, das 20h às 21h30.
Era da comunicação digital sob o desafio de aprender a ler e a escrever com imagens. Quais são as produções das mulheres roteiristas, ilustradoras e quadrinistas? Uma leitura áudio-visual sob uma perspectiva inclusiva a partir da produção de escrita por mulheres roteiristas.

Pocket show com Claudia Lima
De 6 a 27/9, sextas, das 21h às 21h30.
Nesta apresentação intimista, a cantora andreense, Cláudia Lima, apresenta um repertório composto por musicalização de poemas das escritoras convidadas, bem como músicas próprias e canções de grandes compositoras brasileiras.

As mulheres e os diferentes acessos na educação
Com Amara Moira e Yara Frateschi, mediação de Penelope Martins | Dia 13/9, sexta, das 20h às 21h30.
Quais são as diferentes barreiras que as mulheres sofrem, impedindo o acesso igualitário ao "produzir cultura"? Como podemos pensar, a partir do gênero, caminhos que vão além? Educação e acesso à formação acadêmica para mulheres pesquisadoras e suas singularidades.

Literatura como combate
Com Jarid Arraes e Kiusam de Oliveira, mediação de Penélope Martins | Dia 20/9, sexta, das 20h às 21h30.
Quais as possibilidades da literatura para o combate ao racismo? Os caminhos da narrativa como instrumento de luta e mudança nos valores individuais e coletivos. A partir das percepções do uso da linguagem, o que se lê e como se lê pode alterar quem eu sou?

Poeta ou Poetisa?         
Com Alice Ruiz e Geruza Zelnys, mediação de Penélope Martins | Dia 27/9, sexta, das 20h às 21h30.
As palavras são os fios do tecido social. Por meio das palavras, as realidades sociais são construídas e significadas cotidiana e coletivamente. Partindo destes pressupostos, as escritoras debaterão a importância da transformação das palavras como meio de desconstrução da estrutura segregada de gênero.


Fanzinada! - Edição Mulheres
De 6 a 27/9, sextas, das 17h às 20h30 |
A Fanzinada é um encontro de escritores, quadrinistas e publicações independentes de várias linguagens da região do ABC que propõe a circulação da literatura independente de zines. Nesse especial, a Fanzinada convida as escritoras para exporem os seus zines na feira montada no Sesc São Caetano.

Quadrinhos sobre mulheres reais
Com Sirlene Barbosa, mediação de Thina Curtis | Dia 6/9, sexta, das 18h30 às 19h15.
Como reverter o esquecimento das escritoras negras nos cânones da literatura brasileira? Neste encontro, a autora relata a experiência dos quadrinhos de "Carolina" na divulgação da obra literária de Carolina de Jesus.


Autopublicação independente de mulheres por meio de zines
Com Thina Curtis, mediação de Hilvania de Carvalho | Dia 13/9, sexta, das 18h30 às 19h30.
Como se autopublicar de modo independente? O cenário da publicação independente no ABC e em São Paulo para as mulheres, caminhos e possibilidades contra a invisibilização.

Mulher, o que lhe dói?
Com Hilvânia de Carvalho | Dia 20/9, sexta, das 18h30 às 19h15.
Como a angústia da existência na civilização é, ao mesmo tempo, inevitável e fonte de criação artística e libido. Como escrever a partir do sentimento de falta e sobra, em um processo de vazão.

Tecnologias e Artes
Livre Criar -- costurando um caderno
Com Betina de Tella | Dias 7 e 14/9, sábados, das 14h às 16h.
Usando uma técnica simples de encadernação japonesa de 3 furos, crianças e famílias poderão experimentar construir e costurar um caderno e então preenchê-lo com histórias, desenhos e o que mais quiserem.

Notas sobre um corpo vivido
Com Juliana Oliva | De 4 a 25/9, quartas, das 19h às 21h.
Segundo a filósofa Simone de Beauvoir, o corpo é "nossa tomada de posse do mundo e o esboço de nossos projetos", ou seja: o corpo é a presença do sujeito no mundo. A partir da apresentação do conceito de "Corpo Vivido" do filósofo Merleau-Ponty e retomada por Beauvoir, pensaremos o que constrói as narrativas e os significados atribuídos socialmente aos corpos femininos e masculinos e o que transforma subjetivamente um corpo em Outro corpo. E em uma experiência plástica de colagem e aplicações em papéis poderemos criar novas corporalidades em novas narrativas.

Cadernos de Carolina
Com Iara Moares | De 5 a 26/9, quintas, das 19h às 21h.
Nessa oficina o público será convidado a conhecer Carolina Maria de Jesus e a criar cadernos com costuras artesanais que, a partir de seus escritos como inspiração, servirão de suporte para experiências de escritas autorais. Diários e cartas foram ao longo da história suporte para registros de memórias, narrativas pessoais e produções artísticas de muitas mulheres, que proibidas ou dificultadas a construir uma vida para além do ambiente doméstico, encontravam nesse objeto tão íntimo uma possibilidade de criação e liberdade. Carolina Maria de Jesus foi uma escritora, sambista, dramaturga e catadora de papel moradora da favela do Canindé, em São Paulo, a qual se inseriu no universo da Literatura Marginal e teve o diário como veículo para suas experiências literárias e construção de sua carreira.

Maratona Wikipédia: Arte e Feminismo
Com Juliana Monteiro | Dias 6 e 13/9, sextas, das 16h às 20h.
Você sabia que apenas 17% de todas as biografias da Wikipédia em Português são sobre mulheres e que menos de 10% de seus contribuintes são mulheres? As razões para a falta de editoras mulheres na plataforma são muitas e as consequências dessa enorme diferença se manifestam nos artigos e na falta de representatividade de mulheres neles. A programação propõe aprimorar o conteúdo sobre mulheres cis e trans e as artes na maior enciclopédia online do mundo, bem como incentivar mulheres a participar dessa comunidade.

Brincadeiras com livro: experimentando histórias de Angela Lago
Com Camila Feltre | Dias 21 e 28/9, sábados, das 14h às 16h.
Será que um livro tem sempre uma capa só? e o formato, precisa mesmo ser quadrado? e será que uma pessoa pode fazer o próprio livro? Nessas oficinas, Camila Feltre convida crianças e famílias a experimentarem, a partir das obras de Angela Lago, o livro como um objeto, criando possibilidades criativas e afetivas para brincar de construção de livros divertidos e personalizados a cada encontro.

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