As redes sociais são imensamente importantes, porém, alguns cuidados são recomendados para utilizá-las, principalmente nos dias de hoje, pois novos golpes surgem e se proliferam. Uma dessas novas armadilhas é o "romance scam", algo como "golpe de amor" - um misto dos velhos e quase sempre não virtuais golpes do baú e conto do vigário.
"Cautela nunca é excessiva no ambiente das redes sociais", afirma o professor e doutor em Ciências pela Usp,Vivaldo José Breternitz | Imagem: reprodução |
Uma forma muito popular desses golpes é praticada, principalmente por nigerianos: eles capturam
fotos de militares americanos e procuram manter contatos com mulheres, geralmente afirmando estarem servindo em lugares remotos. O relacionamento virtual evolui e em seguida o ciber-golpista começa a pedir dinheiro "emprestado", sob diversos pretextos - a vítima, apaixonada pelo pobre "soldado" passa então a auxiliá-lo, até que percebe ter caído em um golpe. Até mesmo Adam Kinzinger, um congressista americano, militar, teve sua imagem roubada e utilizada por um desses vigaristas.
Alguns casos têm final trágico, indo além da perda de dinheiro: em 2017, Renee Holland, uma mulher casada, apaixonou-se por alguém que se identificava como Michael Chris, um soldado do exército americano. Ela acabou enviando a ele cerca de US$ 30 mil, produto das economias da família. Mas "Chris" não existia, as fotos eram do sargento Daniel Anonsen, um fuzileiro naval que nada sabia a respeito do assunto.
A situação evoluiu de tal forma que, quando "Chris" anunciou estar voltando de serviço no exterior, Renee foi buscá-lo no aeroporto - evidentemente ninguém chegou, o voo sequer existia; "Chris" não fez mais contato e ela percebeu que fora vítima de um golpe. Mas a situação foi além: após alguns meses, ela e seu pai foram mortos pelo marido, que em seguida se suicidou.
Aqueles que têm suas imagens roubadas também têm problemas, pois os golpistas as utilizam sob diversos nomes, gerando inúmeras vítimas: o deputado Kinzinger e o sargento Anonsen têm sido assediados por vítimas, que inclusive se propõem a processá-los.
Mais uma vez: cautela nunca é excessiva no ambiente das redes sociais.
*Vivaldo José Breternitz é doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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